5 de dezembro de 2017

Lançamento em SP do livro 'O Diário da Turma 1976-1986: A História do Rock de Brasília'


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24/04/2018
COMPRE SEU EXEMPLAR OU DÊ DE PRESENTE! 


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Natal chegando e é hora de criatividade pra dar presentes legais e baratos! 
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O Diário da Turma 1976-1986: A História do Rock de Brasília, é um desses presentes. Leitura divertida e agradável para os dias de folga.
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Sábado que vem, dia 9/12, farei o lançamento da 2ª edição em São Paulo e será na incrível Setzer (SP) a partir das 15h até 21h. (A galeria fica aberta para entrada só até as 18h)
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Estarei lá pra receber os amigos - e muitos me cobram algo do tipo há tempos! Finalmente chegou o dia!
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Fora isso, na Setzer tem ótimas cervejas ultra geladas e muitos outros presentes como roupas, sapatos, Toys, acessórios, discos de vinil (raridades a preço de banana), CDs, posteres incríveis, entre outras coisas legais. Tudo recheado por uma seleção de músicas escolhidas a dedo por mim 
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Você está mais que convidado(a) para essa tarde super agradável!
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SERVIÇO
Lançamento 2ª Edição O Diário da Turma 1976-1986: A História do Rock de Brasília.


Loja Setzer - Av. São Luis, 187, Galeria Metrópole, último andar, loja 13 (São Paulo). A partir das 15h até 21h (porém para entrar na galeria só é possível até as 18h).





Capital Inicial em sua formação original com Heloísa no vocal. Foto de 1982. Ela não durou muito na banda.
Renato Russo em um show no Circo Voador em 1983. Antes de Negrete entrar em 1984, a Legião era um trio. Renato foi um super baixista de muito bom gosto e tocava muito bem! Após a saída de Negrete em 1989 Renato eventualmente gravava alguns baixos.
Bebel e Luciana (esq p/ dir + Babu no fundo) eram as vocalistas do Diamante Cor-de-Rosa, a banda mais divertida da Turma da Colina! A banda durou um ano, fez um monte de shows, chegou a ser convidada por Eduardo Dusek para gravar uma demo profissional, mas a brincadeira era tanta que a banda resolveu acabar antes de se tornar séria. Foto de 1984 do show no Radicaos (Brasília).

Blitx 64 + André Mueller (Metralhaz) em foto de 1981, antes de uma apresentação das duas bandas. Ainda esse ano André formou a Plebe Rude com Philippe Seabra. Na ponta esquerda está o Loro que depois formou o Capital Inicial, na ponta direita Gutje que depois formou a Plebe com André e Seabra; e de vermelho Geraldo (Geruza) que depois formou o XXX e Escola de Escândalo. Camiseta do André: "Enforquem o Fábio Jr" kkkk


30 de setembro de 2017

Brasil - Ordem e Progresso



SOU SÓCIO DE UMA EMPRESA CHAMADA ‘BRASIL - ORDEM E PROGRESSO’. ELA DÁ LUCROS QUE CHEGAM AOS TRILHÕES, QUIÇÁ QUADRILHÕES DE REAIS.
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PORÉM NINGUÉM TEM VISTO OS BENEFÍCIOS DESSE LUCRO, PIOR, A EMPRESA NÃO TEM SEQUER CONSEGUIDO SE PAGAR.
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A EMPRESA É RICA E TEM MUITA MATÉRIA PRIMA. ELA PODERIA SER MAIOR DO QUE É, E PODERIA CRESCER CADA VEZ MAIS (NÃO À TOA O “ORDEM E PROGRESSO”)
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PORÉM ISSO NÃO ACONTECE.
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NÃO ACONTECE PORQUE É UMA EMPRESA GERIDA POR EXECUTIVOS INEFICIENTES. PIOR QUE ISSO, EXECUTIVOS QUE ROUBAM.
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EXECUTIVOS ESSES QUE IGNORAM SEUS DONOS E FAZEM A FESTA COM O DINHEIRO DO LUCRO QUE PODERIA, E MUITO, BENEFICIAR NÃO SÓ OS DONOS DA EMPRESA ‘BRASIL – ORDEM E PROGRESSO’, MAS OS FUNCIONÁRIOS E, PASMEM, OS PRÓPRIOS EXECUTIVOS QUE SERIAM BEM VISTOS E BEM QUISTOS.
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O QUE ME ENTRISTECE E ME DEIXA DE CERTA FORMA IMPOTENTE DIANTE DESSA SITUAÇÃO É O FATO DE EU TER SÓCIOS QUE INSISTEM EM APOSTAR E ACREDITAR NESSES EXECUTIVOS INEFICIENTES.
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EM 2018 O CONTRATO DE PRATICAMENTE TODOS ELES IRÁ ACABAR.
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RESTA-ME TORCER PARA QUE MEUS SÓCIOS ACREDITEM QUE A MELHOR COISA A SE FAZER É CONTRATAR NOVOS EXECUTIVOS. MUDAR 100% O QUADRO DE EMPREGADOS DA EMPRESA ‘BRASIL – ORDEM E PROGRESSO’.
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INDEPENDENTE DA COR DO AZULEJO DA ENTRADA PRINCIPAL SER AZUL OU VERMELHA, ROXA OU ROSA, A EMPRESA TEM SEUS OBJETIVOS E DEVE ATINGI-LOS DE FORMA EFICIENTE.
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AFINAL, ESSA EMPRESA TEM MAIS DE 500 ANOS, E ESTÁ NA HORA DE DAR LUCRO E HONRAR O QUE PROMETE: ORDEM E PROGRESSO.

22 de julho de 2017

As Efemérides do Rock Brasileiro

Não há essa tradição da efeméride aqui no Brasil. São pouquíssimas as datas históricas que comemoramos, algumas delas inclusive com distorções. Não à toa dizem que nós brasileiros não temos memória :/

Percebo que alguns poucos artistas que postam material comemorando esse ou aquele lançamento, faz isso sem critério. Pra uns vale a data de quando a gravadora enviou o disco para a imprensa; pra outros, o que vale é a data do show de lançamento; já a gravadora tem outras datas e os fãs-clubes outras diferentes.

O que eu quero é exatamente padronizar datas de lançamentos seguindo critérios. Seguindo uma lógica.

Se a história de nosso país é ignorada, o que dizer então da história da cultura pop brasileira!? Por conta desse desdém – inclusive na mídia direcionada à cultura pop – os acontecimentos históricos são ignorados. Pra não dizer totalmente ignorados, há datas clichês sempre comemoradas, como a morte de Renato Russo / Raul Seixas / Chico Science / Cazuza e pronto!

Pra imprensa brasileira já basta. Em relação aos artistas, infelizmente é a mesma coisa, o mesmo desdém. Por isso, essa bagunça acaba por gerar essa falta de interesse pela história. No artista também não há a preocupação histórica de seu trabalho, tanto que ainda hoje há muita resistência de se fazer biografias. E muitas das que têm são absurdamente ‘chapa branca’. Chegam a ser vergonhosas.

Então, como não há uma padronização em relação às efemérides que envolvem o rock e o pop brasileiro e seu universo, eu mesmo resolvi criar esse padrão. Não ao meu bel prazer, claro! Mas de acordo com a lógica.

Tenho os critérios para os lançamentos. O que conta em primeiro lugar é a primeira data de lançamento registrada na imprensa, geralmente em jornais diários. Sigo assim porque uma vez publicado o lançamento na imprensa, é sinal de que o disco já está a venda e disponível para o público.

Se não acho a data de lançamento do disco registrada na imprensa, procuro a data do show de lançamento e, por último, recorro ao período de gravação, data essa geralmente encontrada em fichas técnicas de discos.

Nem sempre quando há show de lançamento, ou quando a imprensa recebe o disco, ele já está à venda. E claro que, em se tratando de lançamento, logicamente o que conta é quando o disco chega para o público!

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Eu cresci ouvindo música. Em minha família não há músicos, mas meu pai e minha mãe sempre escutaram muita música.

MPB, soft rock, música italiana e francesa... escutava de tudo! Ainda com dez anos e escutando todas essas referências que vinham dos meus pais, fui apresentado ao punk rock.

De ouvir punk rock a querer formar uma banda bastou um milésimo de segundo. Passei a consumir o rock, frequentar os ensaios e shows que tinham em Brasília – quem leu O Diário da Turma 1976-1986 sabe do que falo – e também comecei a comprar revistas especializadas. Na verdade não eram muitas. Nessa época que comecei a ler essas revistas, 1980-1982, existia a SomTrês e a Mixtura Moderna (depois Pipoca Moderna). Aí veio a Roll, em outubro/1983; e em 1985 surgiu a Bizz. Elas não eram apenas fonte de notícias (velhas), mas também nossa fonte de imagens.

Aí meus amigos que tinham banda passaram a frequentar as páginas dessas revistas, eu formei a minha, os amigos lançaram discos e a música foi, naturalmente, permeando a história da minha vida. Cheguei em SP fui trabalhar em publicidade, parei de tocar por um tempo, mas como em Brasília, aqui em SP me enfiei na cena musical underground da cidade. Um ano depois estava com banda, gravando demos, e sempre na noite, nos shows e com amigos também músicos.

Continuava a ler as revistas especializadas, e agora em SP escutava também as rádios especializadas. Frequentava o centro, a galeria, casas noturnas, botecos e tals.

Eis que em 1993 entro para a MTV para fazer um trabalho freela de verão, mas como gostaram do meu trabalho me convidaram a ficar. Fiquei.

Nossas fontes de pesquisa eram revistas gringas, todas que você puder imaginar. Todas! Além das publicações brasileiras, jornais, revistas e muitos livros. Livros gringos e livros brasileiros (pouquíssimos).

Entre os livros gringos tinham dois especializados em datas, e pirei nisso. Um era da revista Rolling Stone e outro chamado Day By Day. Acho até que havia um terceiro, mas esses dois eu usava com frequência.

Assim que os vi disse pra mim: “vou fazer uma pesquisa sobre as efemérides do rock brasileiro”. Essa descoberta dos livros aconteceu logo no início de 1994, quando passei a fazer direção de praticamente todos os programas que eram feitos no Dep. Produção, já que eu a princípio cobri férias de todos os diretores que trabalhavam lá.

Em 1997 fui acometido por uma síndrome do pânico, que me obrigou a fazer algo da vida, além do trabalho. Botei minha cabeça pra funcionar e realizei alguns projetos. Um deles foi meu livro. Outra coisa que fiz foi um projeto grande para a MTV, um programa de 3 horas de duração que seria apresentado por João Gordo e passaria no sábado a noite. Na verdade madrugada de domingo. Da meia noite até 3h.

A direção da MTV até gostou do projeto, mas achou muito ousado, pedindo pra dividi-lo em três programas de uma hora cada. Assim surgiram Ultrassom e Quiz MTV (o terceiro foi descartado e nem lembro o que era). Esses novos programas entraram na grade de 1998, mesmo ano em que pus a produção do livro em prática e viajei para Rio e Brasília.

Do Ultrassom fui diretor e do Quiz ajudei no começo a fazer o roteiro e redação, que incluía a criação de perguntas e respostas musicais. Foi nesse momento que colhi as primeiras datas. Aproveitei a pesquisa que era preciso fazer para elaborar o texto do Quiz e fui juntando em um doc as datas que apareciam na minha frente. Juntei um punhado delas por uns 3 meses e deixei o doc de lado.

Passei a me dedicar a elaboração do Diário da Turma, que durou 4 anos para ser feito. Com ele pronto fui atrás de editora e tive um vácuo entre a assinatura do contrato e a produção do livro para lançá-lo. Foi nesse vácuo que comecei a pesquisar firme as datas do rock brasileiro.

Em 2000 estava morando no Rio pela MTV e insatisfeito. Na primeira oportunidade sai e voltei pra SP. Fui trabalhar como editor de música de um site adolescente que existia no mundo todo chamado tantofaz.net e lá fiquei por um ano.

Nesse biênio 2000-2001 passei a frequentar os arquivos dos jornais Folha de SP e Estadão. Também frequentei todos os sebos possíveis atrás de livros (eram pouquíssimos), revistas, jornais, publicações alternativas e discos de vinil.

As datas que eu tinha até então, a maioria era referente aos anos 1980. Juntei todas elas e apresentei para a editora. A primeira pergunta que me fizeram foi: porque só os anos 80?

Então arregacei as mangas e fui fazer uma pesquisa séria que abordasse TODA A HISTÓRIA DO ROCK BRASILEIRO, a começar em outubro de 1955. Não que o que eu tinha não fosse sério, mas realmente era incompleto. Era pop, mas incompleto. Aceitei o desafio.

POR CONTA PRÓPRIA investi nessa pesquisa (que dura até hoje). Pra frequentar o banco de dados desses jornais eu tinha que pagar por hora. Comprei revistas antigas como Pipoca Moderna, Roll, Bizz, Som Três, Revista do Rádio, Fatos & Fotos, Veja, Isto É, Manchete... Não eram só as especializadas. A pesquisa era completa. Eu pesquisava em tudo.

Eu também comprava discos de vinil, apesar de não mais ter vitrola, apenas para pesquisar a ficha técnica, porque quando não achava data nenhuma, era possível ver ali a data de início e fim de gravação do disco... ao menos o mês.

Mesmo assim, quando não encontrava nada de nada, eu ia atrás do próprio artista. Conseguia o telefone e ligava. Falei com artistas da jovem guarda, dos anos 70 e que gravaram grandes clássicos, artistas dos anos 80 e 90 também. Certa vez parei o ensaio da Nação Zumbi e um por um foi me dizendo seu nome completo, local e data de nascimento kkkkk. Liguei para o Pupilo e fui anotando tudo por telefone. Telefonei também para alguns ex-integrantes do João Penca, porque eu não havia achado  nada da banda.

A pesquisa foi SÉRIA e não foi nada fácil porque era uma época que a internet engatinhava aqui no Brasil, havia pouquíssimo conteúdo do que me interessava e era cara por ser discada.

Em certos momentos a pesquisa empacava em algum assunto, como no caso do pessoal do Casa das Máquinas que matou um operador de câmera da tv record. O caso aconteceu em 1977, mas achei matérias sobre esse assunto ainda em 1988.

Tiveram também as várias prisões de Lobão, o caso de Arnaldo Antunes e Tony Bellotto pegos com heroína, Barão Vermelho preso por porte de maconha, entre tantos outros casos. As mortes complicadas que aconteceram, mesmo de artistas desconhecidos como o ex-baixista da banda de Supla, de Joe Euthanázia e Cláudio Killer (João Penca). Fora as confusões da jovem guarda, porque naquela época rolava muita briga, muita porrada.

No meio do caminho achei muita coisa boa, TCCs que viraram livros não comercializados, e que estavam em sebos, como o livro sobre Madame Satã, casa noturna de SP; e também outro com a história do rock psicodélico brasileiro, mais focado nos anos 70.

Datas que eu não esperava ter foram aparecendo e enriquecendo cada vez mais a pesquisa. Não sei o número certo, mas já são mais de 800 efemérides sobre lançamentos, nascimentos e mortes e curiosidades das mais variadas.

Ao contrário de quando comecei, hoje a internet é fonte rica e segura de pesquisa. Os acontecimentos não param, por isso minha pesquisa não para nunca. Meu calendário musical só aumenta cada vez mais.

Já tentei publicar as efemérides de várias formas e cheguei a negociar o conteúdo com uma grande empresa de material escolar, porém não foi pra frente. A rádio Globo chegou a usá-las em uma parceria que durou pouco, por não cumprirem o acordo, que era verbal. Alteravam o texto de forma errada, não davam a fonte, entre outras coisas erradas que fizeram. Cortei a parceria rapidamente. Tive um blog só das efemérides, mas anos depois descobri que pessoas também davam copy/pasty e, além de alterar o texto não davam a fonte. Triste. Como já escrevi aqui, é gente que só sabe gozar com o pau dos outros. Não tem esforço próprio.

Em 2014 adquiri um smartphone e, em 2015, com sugestão de meu amigo Chuck (ex-MTV e hoje Vespas Mandarinas) abri uma conta no instagram: efemérides_do_rock_brasileiro

Junto com Chuck, reelaborei o conteúdo para adaptá-lo para rádio e You Tube. Fomos na 89FM, Kiss FM e nada. Não houve interesse. Apresentamos para produtoras o vídeo que fizemos com bonecos para o You Tube e não houve interesse. Ok. Sem problema rsrs.

Já fiz alguns orçamentos para fazer agendas permanentes com essas datas, mas o custo é muito alto e não tenho mais paciência de ir atrás de parceiros para esse projeto.

Isso é conteúdo meu, exclusivo, único e inédito. Fiz por amor e nunca ganhei um tostão por isso. O que mais me dói no coração é saber essas efemérides do rock brasileiro, um conteúdo riquíssimo, vão se perder quando eu morrer.

Não são apenas datas, mas é a história do rock brasileiro contada em detalhes. Mesmo sendo esse conteúdo um segmento da cultura brasileira, é um documento rico.

As mais importantes dessas datas eu publico na conta do Instagram (enquanto existir e eu tiver saco de publicar rsrs):

efemérides_do_rock_brasileiro

PS: Além de tudo isso, essa pesquisa me deu mais experiência profissional em relação a texto, muita leitura, organização, produção, edição de texto e, claro, pesquisa propriamente dita.







15 de junho de 2017

TV Mix, O Embrião da MTV Brasil

Gosto de escrever e registrar as coisas que lembro da São Paulo da segunda metade da década de 1980, do período de quando cheguei aqui. Por isso, não poderia deixar de homenagear a TV Mix, um dos programas mais legais da televisão brasileira dos anos 1980. Há tempos vinha querendo escrever esse texto e deixo aqui um abraço aos amigos que participaram dessa história...
(Este texto está completamente ligado ao texto sobre a falta do Foda-se nos meios de comunicação hoje)

Ainda em 1987, mudar de Brasília para São Paulo, era quase que a mesma coisa que mudar de São Paulo para Nova York.

E cai em SP ainda em uma época muito boa em vários sentidos. Na televisão (que amo de paixão, não à toa trabalho com vídeo), fiquei maravilhado com a programação das TVs locais Cultura e Gazeta.. Na Cultura tinha um monte de coisas legais, entre elas Boca Livre (com Kid Vinil) e Bambalalão. 

Apesar da idade avançada, pirava no Bambalalão, programa infantil feito por uma turma da pesada, todo mundo começando a carreira. Hoje tenho certo orgulho de ser amigo de Álvaro Petersen, caipira como eu, e que era um dos manipuladores dos bonecos, além de outros papeis. Outro sujeito nota 10 que conheci do elenco do Bambalalão, foi Chiquinho Brandão, que fazia o incrível Bambaleão. 

O conheci quando ele interpretava ‘O Amigo da Onça’ no teatro. Eu conhecia algumas pessoas do elenco e saímos juntos algumas vezes. Baita talento!

Como já disse aqui em texto recente, outras figuras que conheci graças a esses programas da Cultura foram Kid Vinil e Redson, quando acompanhei um amigo que tocou no Boca Livre, e fiquei nos bastidores.

Ainda tinha o Som Pop e outros programas maravilhosos. Alguns até existem ainda hoje, mas completamente remodelados. 

Em Brasília há a TV Nacional, que é a retransmissora da Cultura na região, mas nem tudo que passava em SP, passava em BsB. Eu gostava até dos programas de documentários sobre animais que passavam. Tudo era bom.

Completamente novo pra mim foi ver a TV Gazeta, essa só conheci quando cheguei em SP. E foi bem no período de implementação da TV Mix, série de 4 programas divididos por horários e pautas. De manhã até o início da noite tinha a TV Mix 1, 2, 3 e 4. E é aí que quero chegar. Esse foi o embrião da MTV. Dá pra dizer numa boa que foi o “piloto” do que se tornou a MTV nos anos 90.

E pra despirocar de vez, ainda tinha o núcleo de humor da TV Gazeta com Grace Gianoukas, Ricardo Corte Real, Ângela Dip, Marcelo Mansfield, entre outros feras, e todos também em início de carreira. Minha memória sobre exatamente o programa que eles faziam é falha, mas eram esquetes feitas no fundo chroma, de uma forma bem tosca, assim como os cenários (quando havia) que eram igualmente toscos, mas tudo isso no bom sentido, porque fazia parte do contexto e era absurdamente inovador

Eu tinha algumas fitas VHS com essas esquetes, mas perdi com tantas mudanças na vida. Eles tinham um programa próprio, semanal, diário... enfim... Era ótimo e ria-se demais! Muito dessa porralouquice foi resgatada por Hermes & Renato na MTV (mesmo sem eles saberem) quando ainda era captado em VHS.

Nesse período entre 1987 e início dos anos 1990 era TV Cultura e TV Gazeta. Não tinha pra mais ninguém. Para a vida cultural da cidade em geral, eram essas as TVs. As bandas contavam com elas na ajuda para a divulgação de shows e lançamentos de discos. Fora o Boca Livre, havia outros programas que contavam com a participação de música ao vivo. O TV Mix 4, apresentado por Serginho Groisman, era um desses espaços.

A TV Mix inovou na linguagem de câmera, em pauta e na abordagem. A própria redação servia de cenário, câmera no ombro solta caminhando, com cabos e luzes aparecendo. Tudo dinâmico. Tudo ao mesmo tempo agora. O ‘Camera Aberta’ com Ale Primo na calçada da Paulista, poderia ser muito bem o Thunder, que anos depois seguiu a mesma linha na MTV, com muito improviso e boas sacadas (quem lembra do CEP MTV?).

Inclusive, mais de uma década depois da TV Mix, a MTV usou a mesma ideia de se fazer um mesmo programa dividido em horários e pautas, falo do Supernova, de 2000. TV Mix foi vanguarda, ainda mais misturada com a turma do humor. Impagável! 

A ligação entre TV Mix e MTV também se faz por pessoas que trabalharam nas duas produções, um desses nomes é da Astrid, além de outros profissionais por trás das câmeras que saíram da Gazeta para trabalhar na MTV. Fernando Meirelles, Tadeu Jungle e a produtora Olhar Eletrônico estão por trás da criação da TV Mix.

O teatro, a música, artes plásticas e tudo quanto é expressão artística estavam presentes no editorial da TV Mix. Todas as bandas que estavam na ativa nesse período, passaram pela TV Gazeta, ou para tocar ao vivo ou só para dar entrevista. Era um período legal, principalmente da cultura underground local, que estava surgindo junto com essa nova turma da TV.

Não havia muita verba, não havia muita externa, tudo feito ali na Av. Paulista. Como espectador posso falar que o que passava para nós era descontração e liberdade, justamente o que tínhamos na MTV, principalmente no início, de 1990 a 1996.

O legado da TV Mix dura até hoje!


PS: Videoclipe era coisa rara, mas na TV Cultura tinha o Som Pop e na TV Gazeta tinha o Realce (depois Clip Trip).

























29 de maio de 2017

Entrevista Com Joey Ramone - Por Kid Vinil (1987)



Lembro-me dessa entrevista como se fosse ontem. Hoje ao lê-la, você até pode achá-la bobinha, porém para aquela época foi valiosíssima.

Não tínhamos notícias sobre nossos ídolos, não tínhamos imagens de nossos ídolos, não tínhamos nada além de alguns discos, fitas e informações de fichas técnicas dos LPs.

As revistas especializadas daquele período – leia-se Bizz e Roll – mal falavam do que não era comercial. Ramones então, nem pensar!

Nessa época o único show internacional recente tinha sido o do Siouxsie and The Banshees, em 1986. A vinda de Ramones foi uma coisa bastante inusitada, uma vez que quase ninguém conhecia o grupo – uma banda restrita ao gueto punk.

Algumas vezes, ao voltar pra casa a pé após os ensaios do Filhos de Mengele, junto com Danilo (guitarrista), costumávamos sonhar em assistir a um show do Ramones. Dessa primeira passagem da banda aqui assisti a 3 shows. E constatei ‘in loco’ que na plateia praticamente ninguém conhecia a banda, a não ser “Surfin Bird” tocada exaustivamente na 89 FM para promover o show e a coletânea Ramonesmania.

Esta entrevista que Kid Vinil fez é histórica – não à toa na foto da matéria ele está com o telefone de cabeça pra baixo, sem acreditar que havia conversado com Joey Ramone.

Antes de me mudar para SP, toda vez que eu vinha para a capital paulista, costumava gravar a programação de rádio (não lembro a emissora), porque Kid vivia tocando músicas e artistas que não se ouvia no Brasil. Levava as fitas para Brasília e fazia cópias para todo mundo.

Poucos dias após chegar a SP em 1987, tive a felicidade de acompanhar um amigo que ia tocar no programa Boca Livre, da TV Cultura, apresentado por Kid Vinil. Esse dia pra mim também foi histórico, pois além de conhecer Kid, também conheci Redson, um de meus ídolos no movimento punk de SP.

No 1º show do Ramones no Palace, por essas coincidências da vida, fiquei logo abaixo de Kid Vinil, que estava sentado no mezanino do Palace ao lado de Charles Gavin. Ao final do show pude agradecê-lo por esta entrevista que transcrevo aqui.

Ao longo dos anos o encontrei em diversas situações e também trabalhamos juntos na MTV. Inclusive certa vez fui à casa dele, quando eu era diretor do programa Urbano do Multishow, e tive a sorte de ver de perto sua coleção de discos. Cara de coração bom, gente boa, energia boa. Foi Kid quem me falou dos dois discos maravilhosos que o Doors lançou após a morte de Jim Morrison – e até hoje os escuto agradecendo a ele.

Fica aqui minha singela homenagem a essa figura que amava rock e que era uma verdadeira enciclopédia. Valeu Kid!!!



Folha de São Paulo
Edição de 30 de janeiro de 1987, página 26, Ilustrada


O Ramones chega e faz shows em SP

O grupo norte americano, precursor do punk-rock, desembarca hoje e se apresenta amanhã e domingo no Palace; o líder Joey foi entrevistado de Nova York, com exclusividade, por Kid Vinil

Uma das lendas vivas do rock’n’roll da última década aparecerá hoje, às 10h20 entre as brumas e má visibilidade do aeroporto Cumbica, em Guarulhos, 7 km ao norte de São Paulo: o Ramones, grupo precursor do movimento punk norte-americano, aterrissa com quilos e quilos de equipamento para se apresentar no Palace, amanhã e domingo, em dois horários 21h e 23h30. Os shows, anteriormente programados para o Rio de Janeiro e Buenos Aires foram cancelados. Na verdade, toda a excursão havia sido desmarcada devido as chuvas que inundaram completamente o Palácio das Convenções do Anhembi.

Na zona norte paulistana, onde era esperada a maior plateia da turnê. A WTR, produtora do show, acabou transferindo o local e confirmando a apresentação do Ramones unicamente em São Paulo.

Serão dois dias para conhecer (?) dois mais importantes grupos que surgiram na primeira metade dos anos 70. O Ramones, em início de carreira, acompanhou diversos nomes ligados ao “rock (?)”, que viria a desaguar, em uma de suas vertentes, no movimento punk, como oMC5, The Stooges (de Iggy Pop, que também deve vir ao Brasil) e Lou Reed (pós-Velvet Underground). Do quarteto original restam três nomes: Joey (vocais), Dee Dee (baixo) e Johnny (guitarra); o novato chama-se Ritchie (bateria). Todos usam o nome Ramones, mas não são irmãos. O “sobrenome” Ramones é um apelido, que membros da banda assumem e incorporam as suas vidas.

Por isso Joey não quis dizer seu verdadeiro nome (Jeffrey Hyman) na entrevista exclusiva que ele concedeu por telefone a Kid Vinil, músico e colaborador da Folha, do escritório de seu produtor, Andy Darow, em Nova York. Falou por meia hora de suas preferências musicais, das (?) do seu trabalho, dos instrumentistas que mais admira e mostrou um surpreendente gosto pelo heavy metal. Joey contou que os shows do Ramones não costumam ultrapassar trinta minutos, no tempo oficial. Mas, dependendo do público, o grupo é capaz de retornar inúmeras vezes ao palco e até tocar a noite inteira. É só uma questão de clima (possivelmente prejudicado pela burocratização do horário com dois shows por noite), que pode ser mais facilmente alcançado conhecendo-se as opiniões de Joey, o mais atuante porta-voz do grupo. A seguir a conversa de Kid com Joey. As observações entre colchetes são de Kid.

*

Kid Vinil – Seu nome real e sua idade.
Joey Ramone – Joey Ramone e idade não publicável. [Joey já havia mostrado desinteresse em atender o telefone, talvez pela expectativa de encontrar pela frente mais um repórter chato, que não conhece nada e só irá fazer perguntas pastosas. Não deveria, portanto, ter mandado essa como primeira pergunta, mas como pediram... Ele realmente não gostou e insistiu em manter o seu nome de guerra, não revelando o de batismo, se é que foi batizado. Então foi preciso “pegar fundo” e esperar a reação].

Kid – Recentemente foi editado o 10º LP do Ramones, “Animal Boy”. E quanto ao novo trabalho, como anda?
Joey – Depois de “Animal Boy” entramos novamente em estúdio e já terminamos oito faixas para o próximo disco, a ser lançado brevemente, com produção nossa e co-produção de Denny Ray.

Kid – Falando ainda dos dois últimos LPs, “Too Tough To Die” e “Animal Boy”, a banda incluiu alguns sons “hardcore”. O que você acha dos grupos que fazem “hardcore” atualmente?
Joey – Gosto demais do estilo “hardcore”, tem muita energia, principalmente ao vivo. Muitas bandas em Nova York fazem esse som e muitas delas abrem nossos concertos como a Crow Mags e Wild Kingdos, que entre as novas são duas das minhas prediletas.

Kid – Qual dos dez LPs do Ramones é seu favorito?
Joey – (Nota do blog: Joey lista os dez discos rsrs)

Kid – Sobre o concerto aqui no Brasil, você pode nos falar sobre a sua duração, já que normalmente vocês conseguem tocar quase trinta músicas em meia hora. Cite também algumas das músicas a serem incluídas.
Joey – Quanto a duração do show tudo depende do entusiasmo do público. Podemos tocar um grande número de músicas em meia hora, mas se voltarmos para um bis tocaremos outro punhado de canções. Se pedirem mais, tocaremos a noite toda, tudo depende da participação do público que encontrarmos pela frente. Quanto as músicas a serem tocadas, nunca temos um roteiro. Mas posso adiantar que tocaremos muita coisa dos nossos primeiros LPs, como do “Rocket To Russia”, do “Leave Home”, do “Road To Ruin”, enfim, um apanhado geral de todo nosso trabalho até chegarmos aos dois mais recentes álbuns.

Kid – Você sabia que “Surfin Bird” é um grande hit aqui em São Paulo?
Joey – Fico entusiasmado e surpreso, adoro cantar “Surfin Bird”.

Kid – Recentemente você andou produzindo alguns trabalhos de outras bandas, como foi isso?
Joey – Realmente. E uma delas foi Chesterfield Kings. Tenho planos futuros também para um LP solo, com a participação de alguns amigos.

Kid – Com a saída de Marky Ramone (bateria), logo vocês recrutaram Ritchie Ramone, mas os dois últimos LPs tem outras participações na bateria, quem são?
Joey – Além de Ritchie, tivemos a colaboração de um grande amigo, que por muito tempo tocou no New York Dolls e no Heartbreakers, Walter Lure, mas por fim acabamos efetivando o Ritchie Ramone.

Kid – Voltando ao concerto aqui em SP, gostaria de saber se vocês pretendem incluir teclados, como tem feitos em seus discos mais recentes.
Joey – Não, teclados de espécie alguma. Ao vivo é outra história. É muito mais ‘speed’, um negócio mais visceral, excitante. Faremos tudo em quarteto, com nossos amplificadores Marshall ao máximo volume [o Ramones trará uma aparelhagem de três a quatro vezes maior do que a de Siouxsie e seus Banshees]. É muito diferente aquilo que a gente faz em estúdio, do que executando ao vivo. Num estúdio você tem inúmeros recursos, a gente pode errar, experimentar. É um processo, como disse, muito mais criativo, onde posso me preocupar com um arranjo diferente, um teclado em uma ou outra música. Ao vivo é o momento, contar um, dois, três, quatro e atacar.

Kid – Quanto a essa inclusão de teclados em algumas faixas de seus discos, como você explica?
Joey – Apesar de detestar grupos que usam sintentizadores, gosto eventualmente de incluir um teclado ou outro, bem sutilmente em nossos trabalhos, mas sem levar a coisa para o lado “tecno”, apesar de já termos trabalhado com Dave Stewart, do Eurythmics, no LP “Too Tough To Die”.

Kid – E quanto aquele pessoal que trabalhou com vocês no início de carreira, por volta de 76 ou 77 no CBGB, em Nova York, como Blondie e Talking Heads. O que você acha do trabalho deles hoje?
Joey – Gosto demais do trabalho feito por Debbie Harry no Blondie e curto demais seus trabalhos solo, principalmente o mais recente. Quanto ao Talking Heads, igualmente admiro bastante. Aliás, o Jerry Harrison também fez teclados em uma das faixas do LP “Too Tough To Die”.

Kid – E as bandas inglesas. O que você acha desses novos grupos, tipo Smiths, etc?
Joey – Smiths??? Ah! Não sei, não gosto muito dessas coisas novas que têm aparecido, as vezes uma ou outra coisa aproveitável. Bom mesmo foram os grupos de 77, a época mais criativa do movimento punk-rock, desde Pistols, Buzzcocks e Sham 69. Essa sim foi uma grande época para o punk-rock.

Kid – E hoje Joey?
Joey – Tem coisas que eu gosto que não têm a ver com punk, por exemplo, heavy metal do tipo Motorhead, AC/DC, Metallica e até The Cult.

Kid – E quanto a Van Halen e a banda de Dave Lee Roth, quem você considera o melhor guitarrista, Steve Vai ou Eddie Van Halen?
Joey – Sem dúvida que Eddie Van Halen é o melhor guitarrista.

Kid – Agora, partindo para suas influencias nos anos 60, que estão bem na música do Ramones, o que você pode dizer?
Joey – Basicamente é Califórnia 1964, “surfing music”, Beach Boys principalmente. Tem coisas dos anos 50, como Buddy Holly, Eddie Cochran, mais anos 60 como Kinks, e anos 70, T. Rex, MC5 e Stooges.

Kid – O LP “End of The Century” teve a produção de Phil Spector, o tão legendário produtor dos anos 60. Como surgiu a ideia?
Joey – Achamos interessante convidar Phil para a produção desse disco, mas acabou mudando bastante o nosso estilo. Chegamos até a gravar “Baby I Love You”, com arranjo para orquestra e tudo, imagine. Mas na época gostamos bastante do resultado.

Kid – E hoje vocês tocariam “Baby I Love You” ao vivo, ou qualquer outra balada, que vocês sabem fazer tão bem?
Joey – É muito difícil executar “Baby I Love You” ao vivo principalmente porque tem um arranjo sofisticado para piano e orquestra. Foi apenas para o disco e para aquela época, hoje nem pensar. Quanto às baladas prefiro muito mais cantá-las em disco, num trabalho de estúdio. Ao vivo, como falei, é garra. Não há espaço para baladas.

Kid – Vocês pretendem executar músicas do novo trabalho ainda não lançado?
Joey – Não, somente, como disse, faremos uma retrospectiva de todo nosso trabalho até os mais recentes LPs.

Kid – E quanto a esse novo trabalho que vocês estão terminando em estúdio, fale mais sobre ele.
Joey – Esse novo material segue a linha dos dois últimos discos, com vários estilos – às vezes hardcore, às vezes punk, uma ou outra balada – enfim, um trabalho bem variado, pois nos demos muito bem nessa linha de trabalho adotada nos mais recentes LPs, agradando a todos os gostos. [Passada meia hora de conversa desliguei o telefone, pois já tinha falado demais. Mas poderia ficar a tarde toda papeando com Joey, que se mostrou agradabilíssimo. Por fim, insisti na pergunta inicial, pra ver se tinha, pelo menos, ganhado sua confiança depois de toda entrevista. O nome ele não quis revelar, mas acabei descobrindo numa enciclopédia da vida, que é Jeffrey Hyman. A idade, afinal, ele contou: 34 anos. Disse a ele que é ótimo, tenho 31. E respondeu: “É, realmente, pegamos uma grande época no rock que foi os anos sessenta”]

15 de maio de 2017

Filosofia de Boteco - Pra Onde Vamos?

O que vivemos hoje é um verdadeiro show de horror. Víamos e líamos sobre o futuro, as maravilhas do séc. 21, mas não pensávamos na relação humana. Hoje já vivemos muita coisa que só imaginávamos com a ajuda de filmes e livros de ficção: telefone com imagem, mensagem instantânea, fotos com movimento, informações em nuvem, robôs. A lista vai longe do que já alcançamos. E já tem maluco doidin pra ir a Marte!

Tudo isso genial, mas, como falei, e a relação humana?

Por outro lado o ser humano está cada vez mais sujo, baixo e ganancioso. Já percebo há um tempo que nós seres humanos estamos atrapalhando a evolução do Planeta Terra. Nosso egoísmo está acabando com tudo e todos. Interferimos em tudo em nome de nada.

O que veio para nos ajudar, a tecnologia, está nos matando de forma mais rápida. Foi como usar uma descoberta tão importante como o avião pra jogar bomba (um micro exemplo da maldade do ser humano).

É importante não nos excluirmos. Falo de mim, de você, do carteiro, toda sua família, seus e meus amigos... Ninguém escapa! Somos idiotas, quando poderíamos ser incríveis. E da forma como andam as coisas, não mudaremos a postura e o comportamento tão cedo.

Em 2050 seremos quase 10 milhões no Planeta. Haverá espaço pra todos? Olhe o que vivemos hoje em relação a refugiados, fome, má distribuição... imagine então em 15 ou 30 anos! Se continuarmos com essa baboseira de fronteira, vamos nos destruir cada vez mais e, pensando bem, não seria má ideia. Nos auto exterminar, assim sobram no Mundo os bichos e a natureza. Sem dúvida muito melhor!!!

Somos cada vez mais individualistas e insistimos em costumes ultrapassados – como o consumo excessivo e o acúmulo. É preciso uma mudança de comportamento urgente. É só você parar e olhar a coisa toda se deteriorando, países da Europa, Oriente Médio, África, América Central, América do Sul. E as pessoas continuam nas mãos de Ditadores. É muita inimizade por nada. Onde vai dar tudo isso?

E daí se Coreia atacar os EUA que aí ataca o Oriente Médio e é atacado pela Rússia que ataca a Alemanha e todo mundo se mata e pronto? E...???

Isso cansa demais! Mostra o quanto somos os reis da “vergonha alheia”, verdadeiros imbecilóides e que nos achamos ‘a última bolacha do pacote’.

Ver o Brasil, país de 3º Mundo, onde o estudo e a leitura são coisas raríssimas, querer discutir ideologia, rachar por conta de ideais furados, comemorar a eleição na França ou xingar a dos Estados Unidos. Quem somos nós para palpitar em alguma coisa?!? Quem se importa nesse mundão com o que o brasileiro pensa a respeito dos grandes problemas mundiais?

Há um longo caminho até um dia termos alguma relevância política para o Planeta.
Brasileiro é muito arrogante, principalmente a classe mais abastada. Somos terceiro-mundistas, subdesenvolvidos, porque então querer botar banca?

O país acordou para a política há poucos anos e agora todo mundo se acha expert no que acontece em Brasília e fazendo da política o que se faz com o futebol. Política não é para se torcer. É para se cobrar! Agora todo mundo, mesmo sem entender nada, se acha capacitado para opinar sobre qualquer coisa de política. É típica do brasileiro essa arrogância a respeito do conhecimento das coisas. Não lê sequer um livro por ano e se acha. Bora estudar e entender as coisas para não precisar se escorar na opinião ou posicionamento dos outros.

Discutir ideologia é coisa de burguês metido a conhecedor do assunto. Vai falar de esquerda ou direita em favelas, periferias, comunidades e o máximo que vão te perguntar é “depende do endereço onde você quer ir!”. Dane-se ideologia! O importante é hospital funcionando. Escola com gente feliz, professores ganhando bem. O importante é estudo para diminuir violência e ter uma polícia pacífica.

O importante é chegar ao hospital com dor e poder ser atendido, fazer o exame, detectar o problema e curá-lo, mesmo precisando de quarto, cirurgia, equipamento e remédios. Dane-se o posicionamento ideológico de quem vai efetivamente promover essas mudanças, contando que não sejam pessoas do mal e, obviamente, pensem no coletivo.

É como o CD que você compra: você está preocupado em saber qual é a gravadora que o lançou? Claro que não. Dane-se a gravadora!

Se tivermos um governo sem corrupção, o Brasil terá dinheiro de sobra para escolas, hospitais e primeira linha. Basta boa vontade.

Então fica essa picuinha de um querendo defender o lado A e outro defendendo lado B. Patético! Nada anda. Pena o Brasil não ser parlamentarista. No plebiscito de 1993 eu votei pela implementação do Parlamentarismo. Infelizmente perdeu.

Tá tudo errado. Pra todos os lados as pessoas cada vez mais fúteis, preocupadas com coisas fúteis, banalizando a si mesmas.

Arrogância, futilidades e, principalmente, o egoísmo. São esses os alimentos do ser humano. E vamos piorando...

25 de abril de 2017

Ideologia - Cazuza



O Contexto

Abril foi o mês de lançamento de 'Ideologia', 3º disco solo de Cazuza e o mais significativo de sua discografia.

Portais brasileiros de notícias, blogs e outros sites preferiram lembrar de lançamentos gringos como o 1º do Ramones, ‘Check Your Head’ do Beastie Boys, e até mesmo o 1º do Damned (discos que tenho e amo!). Eu entendo isso uma vez que brasileiro não sabe dar valor a sua história. Mais que isso: praticamente ninguém sabe sobre os lançamentos brasileiros, e não se importa muito com a nossa história, mesmo que seja cultura pop.

É preciso falar do contexto na época desse lançamento: o Brasil, claro, em crise terrível, o Cruzado indo cada vez mais para um buraco sem fundo enquanto o Governo Sarney, já de saída, cagava e andava cada vez mais para a população do país (quem se lembra do voo da alegria para Paris, quando Sarney foi pra lá e levou 80% de Brasília com ele para a festança?). Aquela festa do consumismo gerada pelo fracassado Plano Cruzado já havia acabado e ninguém sabia o que iria acontecer, nem mesmo os políticos e ministros.

A cena musical da época estava também ficando insegura quanto ao futuro, e a crise financeira já batia na porta das gravadoras. Quem resistia eram artistas já consagrados como Paralamas, Titãs, Barão Vermelho, Legião, Engenheiros, Ira! e Cazuza, entre outros poucos.

Desde quando saiu do Barão, a carreira de Cazuza foi bastante intensa, principalmente porque os boatos de que estava com HIV cresciam a cada aparição dele em TV, fotos, etc.

É preciso também entender que o vírus HIV e a aids era algo absolutamente novo, no qual nem os cientistas conheciam direito, por isso, todos começavam a ficar preocupados, apesar de nesse começo ser tida como uma doença exclusiva de homossexuais – o que não era, mas ninguém sabia. Todos os dias em jornais impressos ou na TV, nas revistas, rádios e na conversa do dia a dia, surgiam fatos novos relacionados ao HIV, possíveis remédios, tratamentos, havia cura ou não, prevenção e tals. Dentro desse contexto estava Cazuza que a cada imagem, mudava o aspecto físico: cada vez mais magro e cabelos cada vez mais lisos.

Por isso tudo ele se tornou alvo preferido da mídia – lembrando que nessa época (graças a Deus) ainda não havia no Brasil o mercado da fofoca, paparazzi e revistas como a Caras. Tínhamos coisas como Contigo e Fatos e Fotos, mas que se restringiam a escrever sobre a programação das TVs, as novelas, programas e os ídolos, mas nunca ultrapassando o lado profissional. Por isso Cazuza foi um dos primeiros artistas a ter sua vida pessoal vasculhada e observada.

Entre o ‘Só Se For a Dois’, lançado em março de 1987, e o ‘Ideologia’, lançado em abril de 1988, muita coisa aconteceu na vida de Cazuza, que se tornava cada vez mais intensa. Suas viagens aos Estados Unidos para tratamento eram sempre cercadas de mistérios e para a imprensa era prato cheio. Isso foi, claro, dando mais importância para a carreira artística dele, até porque ele não media palavras, era inteligente, escrevia letras maravilhosas, era muito querido no meio artístico e sempre teve uma postura corajosa e não tinha medo de se posicionar para nada.

Até o lançamento de ‘Ideologia’, não havia em suas letras nenhuma referência ao seu estado de saúde (ele foi descobrir ser portador do HIV pouco depois de lançar o "Só..."). Ele escrevia basicamente sobre amor e suas porra louquices. A certa altura todo mundo queria saber o que Cazuza tinha pra falar. Inclusive pelo boato do HIV que crescia. E tudo o que líamos a respeito da doença, batia com algumas coisas vistas em Cazuza (por exemplo, a perda de peso e o cabelo liso por conta do uso do AZT). Isso gerava uma curiosidade tremenda.

Quando o ‘Ideologia’ foi lançado. Pow! Batata! Ali estavam declarações cristalinas de que ele estava sim com uma doença terminal, mas mesmo assim demorou um tempo até assumir estar contaminado pelo HIV. “Ideologia”, “Boas Novas”, “Vida Fácil”, “Blues da Piedade” e outras, todas elas tinham algo a ver ou com a sua doença ou com o que ele estava vivendo em relação aos boatos na imprensa. E foi um ano antes, logo depois do lançamento de ‘Só Se For a Dois’, que Cazuza descobriu ser portador do HIV.

‘Ideologia’ é um discaço! Monumental. Produção impecável. Composições de primeira! Letras maravilhosas! E a doença trouxe algo novo para seu texto, mais raiva, mais coragem. Ele mesmo disse que Renato Russo despertou inveja nele (no bom sentido), e que o fez buscar outras inspirações para as letras, daí surgiu temas políticos e de comportamento. Colocou mais agressividade em sua porra louquice amorosa.

O Disco

Sabemos que na maioria dos casos em que a pessoa corre o risco de morrer, que chega perto da morte de fato, ela muda. Assim foi com Cazuza dois anos depois de descobrir estar com HIV. Foram diversas viagens para os EUA durante seu tratamento, mas parece que a ocorrida no segundo semestre de 1987, para Boston, foi mais séria. Cazuza continuou, da forma que podia, sendo o porra louca que era, e continuou bebendo e fumando. E se tornou super produtivo, pois sabia que não teria muito tempo.

Voltou da viagem com ideias novas. Mudou até a forma de escrever, além de ampliar os temas, passou a usar a 3ª pessoa do singular. Teve aulas de canto, mudou seu tom, chamou músicos de primeira qualidade, deixou os teclados de lado, assinou a produção junto com Ezequiel Neves e Nilo Romero (seu baixista, parceiro e diretor musical) e mostrou um amadurecimento incrível.

‘Ideologia’ é, disparado, seu melhor disco. Assim como ele chocou a mídia com as letras do 1º Barão Vermelho, assim o fez novamente em ‘Ideologia’.

Repertório de primeira. Os parceiros nas composições são: Frejat, Ritchie, George Israel, Nilo Romero, Gilberto Gil, Dé, Zé Luis e Renato Ladeira. Cazuza assina sozinho três músicas. No estúdio teve a ilustre participação de Raphael Rabello com seu belo violão de 7 cordas na maravilhosa “O Assassinato da Flor”, de Lobão tocando bateria em “Obrigado (Por Ter Se Mandado)” e de Sandra de Sá fazendo backing vocal em “Blues da Piedade” e “Guerra Civil”.

‘Ideologia’ tem um pouco de tudo: rock, mpb, funk e até bossa nova. Mas tudo faz sentido, tem direção musical. Tem músicas de amor, seu lado boêmio exagerado e a novidade que era "Brasil", música de protesto. Inclusive foi tema de abertura da novela ‘Vale Tudo’, uma das mais emblemáticas dos anos 1980. Em show no Canecão, durante a turnê desse disco, Cazuza cuspiu na bandeira brasileira, gerando um certo buchicho, revolta de uns, e graça para outros.

O roqueiro romântico mudou sem deixar o romantismo, lançou um disco maduro e mostrou pra quem, àquela altura, ainda duvidava de sua capacidade como artista. E fez com maestria a mudança que queria, ampliando seus horizontes de influências e ideias. Engraçado que, em paralelo, o Barão Vermelho com ‘Carnaval’, lançado no mesmo ano, também chegou ao seu amadurecimento pós Cazuza, e “Pense Dance” também fez parte da trilha sonora de ‘Vale Tudo’ (sendo a música da personagem protagonista Maria de Fátima).

A turnê do disco, a que Cazuza usa o famoso figurino branco com lenço na cabeça, gerou o ótimo ao vivo 'O Tempo Não Para', lançado em janeiro de 1989 (ano em que corajosamente assumiu ter aids).

'Ideologia' era pra ter sido lançado no final de 1987, mas os dois meses em Boston fizeram os planos mudarem. Quis o destino assim, ainda bem, pois o que aconteceu com Cazuza foi determinante para a criação de ‘Ideologia’. Como ele mesmo afirmou “é o disco da sobrevivência”.

Lado A
Ideologia
Boas Novas
O Assassinato da Flor
A Orelha de Eurídice
Guerra Civil
Brasil

Lado B
Um Trem Pras Estrelas
Vida Fácil
Blues da Piedade
Obrigado (Por Ter Se Mandado)
Minha Flor, Meu Bebê
Faz Parte do Meu Show

PS: Acompanhe no Instagram o dia a dia do rock brasileiro, lançamentos e curiosidades em efemerides_do_rock_brasileiro








9 de março de 2017

Bandas Exclusivas

Fred Banana Combo
Estava há tempos querendo registrar algumas bandas que eu gosto, desde os anos 80, mas que são desconhecidas. E o termo que me veio à cabeça para definir o que queria falar foi Bandas Exclusivas.

Tem uma coisa legal no gosto pessoal de cada pessoa que é o fato de você ter artistas que parece que só você conhece. Nem é o fato das outras pessoas não gostarem, mas sim de não conhecerem mesmo.

Em Brasília, por ter gente de todos os lugares do Brasil e do mundo, chegava muita coisa que era nada ou pouco conhecida no país.

Fred Banana Combo, Stranglers, XTC, Gang of Four, Haircut 100, Dr. Feelgood, The Fun Boy Three, Ian Dury…

Alguns nomes você até pode conhecer por ouvir falar, e até saber de uma ou outra música, mas em Brasília elas ajudaram a moldar o som dos grupos da Turma da Colina.

Mas o que quero dizer mesmo é do fato de haver diversos artistas bons, mas que são pouco conhecidos aqui, por diversos motivos. Muitos desses nomes as gravadoras multinacionais com filial no Brasil nem lançavam aqui.

Adam and The Ants teve edição nacional de dois dos três discos seus, mas não pegou. Excelente banda! Faz um som que mistura pós punk, hard rock e experimentalismo. “Stand and Deliver” tocou aqui, o clipe passava no Som Pop, no programa Clássicos da MTV, mas não rolou. De Londres, Adam Ant é da turma que tinha Clash, Sex Pistols, Siouxsie, Generation X, Damned... Os discos são cheios de esquisitices. O 1º é incrível: “Cleopatra”, “Zerox”, “Tabletalk”. Procure por ‘Dirty Wears White Sox’ que vale a pena!

Dr. Feelgood
Dessa época, início dos 1980, ainda tem o grupo punk alemão Fred Banana Combo, que fez a melhor versão de “Yesterday” do Beatles de que ouvi na vida até hoje. Assim como ninguém fez uma versão melhor que a de Joe Cocker para “With a Little Help From My Friends”, ninguém fará o que Fred Banana Combo fez com “Yesterday”. Ele lançou 4 discos. No 1º disco ainda tem outra ótima versão de Beatles (“She Loves You”) e uma maravilhosa de “Johnny B. Good” (Chuck Berry).

Fred Banana Combo é punk rock do bom e ainda tinha a belíssima Nicolle Meyer, competente tanto cantando, quanto tocando baixo ou bateria. Fera! Pra quem gosta de ver garotas de personalidade tocando rock com competência, Nicolle é um prato cheio. Não é fácil achar os discos do grupo. Há material no You Tube e em plataformas de música (inclusive uma coletânea). É um desses grupos recorrentes nos meus tocadores, desde os tempos de Walkman.

Outros três nomes que são assíduos, desde os tempos de Brasília: Ian Dury, Dr. Feelgood e Stranglers. Além da influencia, de tabela, do pub rock. Sobre tudo isso já escrevi aqui. Stranglers, por exemplo, é uma aula de punk rock com teclado, e ainda tem o baixo de JJ Burnell, que é influência indispensável pra qualquer baixista que tenha influencia de punk rock, pós-punk, alternativo. 

Não dá pra dizer o momento exato, mas acredito que até 1985 ainda havia uma cena rock (de forma geral) que dava pra seguir e conhecer, ao menos de nome, a maior parte dos artistas. Depois, a partir do início dos anos 1990, isso ficou mais difícil. Foi surgindo artista atrás de artista e virou uma coisa doida.

Adam and The Ants
Ah! E outro grupo fundamental pra escutar, principalmente quando se fala em duas guitarras, é o XTC. Absolutamente desconhecido aqui, mas com uma longa e respeitosa carreira, com diversos discos clássicos e fundamentais. Além das guitarras, o teclado é algo extraordinário. Se não me engano só o 'Drums and Wires' foi lançado aqui no Brasil (o grupo tem 10 discos).

Esses nomes todos dos 70 e 80, não só são fundamentais pra quem gosta de ouvir rock, mas importantíssimos pra quem toca e quer fazer um som de qualidade. Um som que tenha algum diferencial.

Aquele velho papo: nessas décadas não havia muitas fontes de informação e, dessas bandas que citei até agora, não conhecíamos muita coisa delas. As informações que sabíamos vinham de encartes dos discos ou de algum amigo que viajava pra fora e comprava, além de discos, alguma revista especializada (uma pro ano todo rsrs).

Entrei na MTV em 1993 e lá, obviamente, tive acesso a montes de artistas e informação. Lembro-me de assistir a uma mini apresentação ao vivo nos estúdios da MTV americana de um grupo chamado Possum Dixon. Fiquei boquiaberto e fui atrás de seus discos. Na verdade, quando o conheci, ele só tinha lançado o 1º, que é de 1993. Infelizmente não aconteceu. Lançou 3 discos, dois ótimos e um regular. Gravou clipes, participou de festivais e tals, mas não rolou. Possum Dixon acabou no final dos anos 90 e hoje o ex-vocalista e baixista Rob Zabrecky é um bem sucedido mágico ilusionista. Recomendo fácil os dois primeiros discos.

The Stranglers
Outro nome incrível dos anos 1990, mas que não é conhecido por aqui, é Squirrel Nut Zippers, grupo americano de swing jazz, retro jazz ou sei lá o quê. Lançou seis discos de estúdio (sendo três deles incríveis) e um ótimo ao vivo. Squirrel parou e voltou algumas vezes.

Ainda dos 1990, mas que só foi aparecer mesmo nos 2000, tem o Modest Mouse, que também tem texto no blog. O duo Mates of State é outra maravilha. Os primeiros discos são bem doidos e experimentais. Dá uma olhada na publicação que fiz.

Não entendo o motivo pelo qual esses artistas nunca vieram ao Brasil, mesmo nesses festivais em que há 374 shows por dia.

É engraçado que, mesmo hoje, quando existe mais de um bilhão de artistas por metro quadrado em todo o mundo, dá pra se achar bons sons que não chegam ao mainstream. Por algum motivo não se tornam queridinhas da grande mídia. Sorte pra quem gosta, como eu, de ter bandas exclusivas.

Adoraria poder assistir Modest Mouse (fez que vinha, mas não veio) com mais meia dúzia de pessoas e só. Isso aconteceu nos anos 1990, quando o Buzzcocks veio pra cá pela primeira vez, e fez dois shows vazios no Aeroanta. Foi lindo!

(e ainda ficou tanto nome de fora...)