10 de setembro de 2011

Tô Côceis e Não Abro

Tive que atrapalhar os planos e atropelar alguns textos que estava fazendo para o Sete Doses por conta de I’m With You, o novo do Red Hot Chili Peppers.

Aleluia! A banda lançou o verdadeiro sucessor de Blood Sugar Sex Magic. Levou exatos 20 anos pra isso acontecer. Foi em setembro de 1991 que BSSM foi lançado e I’m With You em 30/08/2011. Se saísse em vinil I’m With You seria duplo como foi Blood Sugar.

Tenho que organizar minhas idéias para esse texto, porque escuto exaustivamente o disco e não canso, vou descobrindo os detalhes. Mas antes de tudo é bom dizer que há um percussionista brasileiro em 11 das 14 faixas do disco. É Mauro Refosco, que já tocou com David Byrne, Bebel Gilberto, no Red + Hot + Lisbon, e mais um monte de gente. Será que ele vai em turnê com a banda? Legal que os primeiros shows serão aqui.

Como imaginei Josh Klinghoffer foi absurdamente incorporado a banda. Muito bom. Por tocar com Frusciante no Ataxia, dá pra ver algumas semelhanças. Mas é diferente dele e, claro, também de Hillel Slovak.

A mesma vibe que a banda apresentou com Mother’s Milk e BSSM, quando Frusciante entrou, mostrou agora de novo com Josh. O Frusciante teve a responsabilidade, honra e coragem de substituir Slovak e esses dois primeiros discos com ele são maravilhosos.

O guitarrista novo deu gás novo. As influências de PIL e Gang of Four são claras (ele gosta de fazer uns barulhinhos, efeitos, pedais). Sou fã antigo, ainda dos tempos de “Mommy, Where’s Daddy?”, me sinto a vontade em falar de RHCP. A banda havia se perdido, mesmo quando Frusciante voltou. Não sou fã de Californication, By the Way e Stadium Arcadium. Caiu-se numa mesmice que enjoou. One Hot Minute ainda tem boas coisas. Acabou que a saída de Frusciente foi essencial pra esse novo trabalho ser bom. Bom demais!

Momentos lembram Mother’s Milk e Blood Sugar. Tem coisas maravilhosas, e é praticamente o disco todo: “Look Around”, “Goodbye Hooray” (um final que lembra um pouco as porradarias do Upflit Mofo Party Plan), “Police Station”, “Dance, Dance, Dance”, “Monarchy of Roses”, se deixar ponho o nome de quase aqui. A mais fraquinha é a balada “Meet Me at the Corner”, mas não que seja ruim. Como também tem coisas bem diferentes como também “Dance, Dance, Dance”, “Happiness Loves Company” e “Did I Let You Know”.


No I’m With You o RHCP resolveu sair do lugar comum. Pra variar Flea arrebenta. A primeira vez que escutei o disco foi em um sonzinho caído, com muito grave, mas foi bom porque deu pra ouvir bem o baixo, o velho Flea arrebentando. Esse é daqueles discos que a cada audição percebe-se algo novo. Geralmente esses são os bons.

A banda se deu bem. Esse Josh Klinghoffer é fera e dá pra fazer numa boa esse disco inteiro ao vivo. Agora é esperar pra ver se a convivência com o novo integrante vai aflorar a criatividade da banda e, quem sabe, daqui dois anos não teremos um novo trabalho. Vai saber...


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