22 de junho de 2011

O Rock Está Morto! Vida Longa ao Rock!!!

“Rock’n’Roll é imperfeição”. Conheço produtores e executivos brasileiros que tremeriam ao ler essa declaração de Dave Grohl. Declaração que se encaixa perfeitamente nos dias atuais (leia a publicação 'Por Onde Anda a Liberdade Artística?'). Padronização: acha-se uma fórmula e nela se segue até ser esgotada. Isso sempre aconteceu. É só contar quantos similares ao Beatles existiam. Essa fórmula também diz respeito a sonoridade, produção, composição: é só ver o que aconteceu com Metallica, Red Hot Chilli Peppers, Capital Inicial e outras que também acham uma fórmula e nela ficam. Até os shows se tornaram tediosos. Mentira minha?

Atualmente o rock anda em baixa, muito em baixa. Ele sequer está nas paradas, ou dá pra dizer que o baby rock é um bom representante da classe? Se você achar que sim, então, ok, temos rock nas paradas. O rock imperfeito do qual Dave Grohl fala, não existe para o Brasil.

Aqui, há tempos não temos um nome de respeito (o imperfeito) nas paradas, nas rádios e capas de revistas e jornais. Na gringa é o contrário. Lá se vê nomes como Black Label Society, Arcade Fire, Strokes, TV On The Radio e até Elvis Presley e Janis Joplin, entre muitos outros. Ou seja, lá não há medo de se investir em novos nomes do rock (o imperfeito). Ter rock nas paradas é bom ou ruim? Há os dois lados...

Fica ruim porque assim fica difícil aparecer e sem aparecer nada acontece, nem shows, nem cachê e nem força para continuar. Claro que não me refiro a nomes já estabelecidos que vendem shows independente de estar ou não nas paradas ou até mesmo de ter lançado ou não um novo disco. Só fazendo shows que se recebe cachês, e só recebendo cachês que o artista pode pagar suas contas.

No mercado do rock no Brasil é aí que o bicho pega, porque não há o mínimo esforço de ninguém para que haja um mercado para artistas médios ou pequenos. Em todo o mundo há esse segmento. Há muito artista e banda média que vive de sua arte, paga suas contas e tem tranqüilidade para só pensar na música e na carreira para, aí sim, quem sabe, se tornar grande. Imagine, por exemplo, se um jogador de futebol do Flamengo tivesse que ter um segundo emprego. Será que ele um dia seria titular?

Sem estar nas paradas não há estímulo e muito menos renovação. Aliás, há quanto tempo se fala em renovação e ela não vem. E não virá! Não de modo aparente para o grande público.

Um bom exemplo de coragem é a MTV Brasil dos anos 1990, que encheu a bola de nomes como Pato Fú, Skank, O Rappa, Planet Hemp, Raimundos, Maskavo Roots. Era a Banda Sim. E deu certo!

A novela da Globo Insensato Coração desde o início usa riffs de rock (o imperfeito) como “Que País é Este?” da Legião Urbana, e “(I Can’t Get No) Satisfaction”, do Rolling Stones. É o rock imperfeito em um dos horários mais assistidos na televisão brasileira. Mas isso significa alguma coisa? Não. Os tempos são outros e produtores e executivos franguinhos não querem saber do rock imperfeito. “Que País é Este?” é um riff feito em 1978 em cima de “I Don’t Care” do Ramones, que é de 1977. “I Can’t Get No (Satisfaction)” é de 1966. Melhor ter os bons e velhos riffs do que não tê-los...

Hoje, em tempos de quebradeira de gravadoras, elas só pensam mesmo no que vai de fato vender. Apesar delas todas reclamarem dos downloads e mercado pirata, não abrem mão de gastar milhões de dólares em jabaculê. Uma contradição. Então que quebrem todas. Não é preciso gastar milhões de dólares para se gravar um disco, não é preciso gastar milhões de dólares para se fazer um videoclipe, não é preciso gastar milhões de dólares na arte do disco, não é preciso gastar milhões de dólares para se fazer uma boa divulgação. Hoje todo mundo sabe disso, pois temos todas as ferramentas nas mãos para fazer tudo isso com quase nada de dinheiro. A tecnologia desnudou a máquina das majors.

Há coisas muito boas acontecendo no mercado underground. Há ótimos artistas solos, ótimas bandas de rock e pop, ótimos intérpretes e ótimos compositores. No underground o rock continua vivo como sempre. Não é preciso colocar o rock no mainstream, mas apenas colocá-lo em um lugar suficiente para se ganhar dinheiro, para mostrar que há renovação.

Ter o underground é ótimo, pois é como nas artes cênicas que se tiram bons atores dos teatros, e assim se faz a renovação nas novelas e filmes que chegam ao grande público. O underground brasileiro há muito necessita se tornar alternativo (leia-se alternativo e não underground).

Sugiro aqui a criação de paradas para os artistas brasileiros médios e pequenos, podem até chamar de parada alternativa. As publicações especializadas, os cadernos culturais dos jornais, as rádios e sites precisam abrir mais as portas, assim como as gravadoras, se arriscar mais. Por que não dar capa para uma banda que pode ser promessa, dar matérias maiores para artistas novos? Pois não adianta ficar escrevendo notinhas pequenas ou reservar ¼ de página para uma minúscula reportagem sobre uma nova promessa.

Agora que as grandes corporações não têm coragem ou não querem mais ganhar dinheiro com o rock de respeito (o imperfeito), então preferem matá-lo, fazer de conta que não existe.

O rock está morto! Vida longa ao rock!

14 de junho de 2011

Greve Geral Já!

Depois que vi o assassino confesso de um estudante da USP sair pela porta da frente de uma delegacia, livre leve e solto, resolvi escrever esse texto. Essa proposta de greve geral é séria! É uma luta solitária, já que não faço parte de qualquer organização política e nem ao menos avisei minha família e amigos. Sou eu comigo mesmo. E agora você...

Está mais do que na hora de fazermos algo para chamar a atenção dos líderes (afff!) desse país que cada vez mais se afunda num buraco sem fim. Precisamos mais do que nunca de uma reforma no poder judiciário, reforma tributária, reforma política e reforma trabalhista. Além, é claro, de dar a devida atenção a nossa educação e a saúde públicas. Quem aí viu um hospital público em Cuiabá, onde das pias saía água do esgoto, e isso bem na maternidade, ao lado de bebês recém nascidos.

Segundo um estudo divulgado no 2º semestre de 2010, a corrupção dá um prejuízo de 69 bilhões de reais ao ano. Acredito até que esse é, digamos, um número mínimo. O roubo é maior, porque há os que não são descobertos. Óbvio que esse dinheiro não resolveria os problemas do país, mas ia ajudar pacas!

Esse lance de usar a política para enxergar apenas o próprio umbigo e roubar, já deu. Chega. Todo mundo sabe quem rouba, todo mundo sabe quem tem segundas intenções, todo mundo sabe quem é que não liga para os problemas que precisam ser resolvidos, todo mundo sabe quem são os ladrões, mas nada se faz. Um dos motivos é exatamente o sistema judiciário brasileiro que apenas ajuda o ladrão. Pô, chega. Outro problema é que tanto a situação, quanto a oposição, tudo tem rabo preso, tudo tem sujeira. É o sujo falando do mal lavado.

Ver o assassino Pimenta Neves ficar solto por tanto tempo e agora o assassino da USP também, isso é uma afronta a minha pessoa, trabalhador honesto, pai de família que mata um leão por dia. Minha dificuldade é imensa, e mesmo assim me considero um privilegiado. Sou e serei honesto sempre. Não é justo comigo e com você. Esses assassinos e ladrões não merecem ser livres como nós.

Falar o quê dos altos impostos. É imposto para tudo, principalmente para o que nos é básico, como o alimento que compramos. Tudo é, no mínimo, o dobro do preço por causa de impostos. E onde vemos investimento? Vai tudo para Copa de 2014 e para o mensalão, enquanto em pia de hospital público sai água de esgoto?

Vergonha de ver o Brasil soltar o assassino italiano Cesare Battisti! E o ex-presidente, o admirador de ditadores, ainda diz que esse fato não irá abalar a relação Itália-Brasil. Chega, né? Me desculpe amigos da Itália!

O Palocci depois do vergonhoso episódio da mansão de Ribeirão em Brasília e a sacanagem que fez com um humilde caseiro, ainda apronta essa de morar em um apartamento em nome de laranjas e enriquecer como ninguém, exatamente em ano de eleição. O mensalão, os cartões corporativos, dinheiro em cueca, o caso Celso Daniel, a tentativa de omissão do impeachment de Collor no Senado, os velhinhos deitados no chão sujo de hospitais pelo Brasil afora, operação tapa buraco, milhões de reais para gastos de parlamentares, bombeiros sendo chamados de marginais. Pô, caceta! Tá na hora disso tudo acabar!

Os baixos salários de policiais, bombeiros, médicos e professores. Proponho uma inversão: que esses profissionais que citei passem a ganhar o salários de senadores, deputados, vereadores, secretários, ministros e toda a regalia que eles têm como passagens aéreas, auxílio moradia, carros, gasolina, auxilio alimentação e outros absurdos. Proponho mais ainda: que todos os políticos do Brasil e suas famílias sejam obrigados a unicamente usar o SUS. Que tal? Será que assim haverá candidatos?

Pode um político ser dono de meios de comunicação? Revistas, jornais, rádios, televisão, sites. Isso é ético? Meu Deus, em algum momento isso tem que acabar. Contamos nos dedos de uma mão os políticos de boa intenção.

Faz 511 anos que vivemos assim, num sistema de corrupção ajudada pela enorme burocracia que temos. Ainda vivemos nos tempos do “lá vai bosta”, mas agora a bosta é, também, outra.

Um pobre coitado de um humilde trabalhador, que acorda as 03h30 para chegar as 07h30 no trabalho, não tem nada, nem esperança de um dia melhorar de vida. Conversando com um promotor (quando eu fazia parte do júri no Fórum Criminal), ele disse que a maioria desses trabalhadores humildes, tem seu valor triplicado, porque todos os dias tem traficantes que oferecem por semana o que eles não ganhariam em um mês, com a facilidade de se trabalhar em casa e, mesmo assim, a pessoa se nega, preferindo ficar de 5 a 7 horas a mercê do transporte público para ter um trabalho honesto.

É preciso uma greve geral para que, de fato, alguma coisa a nosso favor seja feita. Que tal propor que candidatos só poderão se eleger em cargos públicos por uma única vez, seja qual for o cargo? Que tal propor metas para os parlamentares. Fazer o trabalho no congresso ser de 2ª a 6ª das oito da manhã às seis da tarde. Com relógio de ponto e sem regalias, apenas com os benefícios de um trabalhador comum como vale transporte, vale refeição, férias de 30 dias, 13º salário. E nada de sair de Brasília. Se quiser viajar terá que ser por conta própria e terá que estar no congresso na 2ª feira às oito da manhã. Terá apenas uma secretária e um assessor. E prestar contas de tudo o que foi gasto. Porque não? É assim que deve ser. Uma vez que a pessoa se candidata deve saber que terá que abrir mão de todas as outras coisas para se dedicar 100% ao cargo que fora eleito. É o óbvio!

Proponho uma greve geral para que possamos fazer esses líderes de meia tigela, covardes e corruptos, ser de uma vez enquadrados. Presidente, ministros, senadores, deputados federais e estaduais, vereadores e todos os outros cargos de secretários, assessores e mais outras tantas invenções, todas essas pessoas devem, de uma vez por todas, saber que estão ali para trabalhar para um bem maior, em prol da população.

A pessoa tem chance de entrar para a história de maneira digna, deixar uma bela herança de feitos que irão engrandecer para sempre seu nome e o nome da família, mas não, esses Collors, Malufs e Sarneys, tendo essa chance, preferem se afundar no esgoto.

Isso cansa. Sempre a mesma ladainha. Por isso greve geral já! Tá tudo errado e é tão fácil fazer tudo ser correto! Chega desse negócio de querer ganhar em cima da burocracia, da corrupção, da ignorância. Chega de lei de Gerson! A vantagem deve ser para todos! PQP!

Greve geral até vermos ser feito algo de concreto que beneficie o cidadão honesto. Greve geral até vermos parlamentares suspeitos de qualquer irregularidade ser proibidos de exercer qualquer cargo público seja por concurso, convite ou eleição. Greve geral por melhorias nos serviços públicos. Greve geral por uma vida mais digna! É preciso fazer o bem sem ver a quem, independente de partido ou posição política.

PS: Uma querida amiga de Brasília postou o seguinte texto no Facebook (numa campanha a favor dos bombeiros cariocas):
BOPE: R$ 2.260,00 para arriscar a vida;
Bombeiro: R$ 960,00 Para salvar vidas;
Professor: R$ 728,00 para preparar para a vida;
Médico: R$ 1.260,00 para manter a vida;
Deputado federal: R$ 26.700,00 (sem contar a verba de gabinete e as muitas regalias) para atrapalhar a vida dos outros!





9 de junho de 2011

Série Coisa Fina 6: The Hurting (Tears For Fears)


Muita gente vira a cara para artistas pop, principalmente os da década de 1980, quando muita coisa nessa área, hoje, soa datada... há casos que até dá vergonha para quem escuta. Nesse universo pop de bandas com sintetizadores pouca coisa se salva. The Hurting, primeiro disco do Tears For Fears, não só se salva, como é uma verdadeira obra prima.
 
Disco conceitual, com experimentalismos e toques de pós-punk, de bom gosto na produção, nos timbres, as composições. Tudo é bem executado, difícil dar crédito individual. As frases do baixo tocado com palheta são maravilhosas, da mesma forma que os violões (com seus acordes cheios) e as guitarras - os efeitos e timbres casam perfeitamente com tudo. A bateria é um caso a parte já que ela não se repete nas faixas e tem a química perfeita entre a execução, o som tirado no estúdio e a mixagem (mesmo quando há elementos eletrônicos). Até os teclados são impecáveis, sem excessos e o mais importante: não soam datados. É um disco iluminado e inspirador.

As composições são de Roland Orzabal, que nas letras escreveu quase que uma biografia de sua difícil infância, além de se influenciar pela terapia do grito primal – coisa que John Lennon tentou quando era um ex-Beatle nos anos 1970.

E não é por ser um disco de banda pop que nele só há músicas para as FMs. Nada disso. Como disse, é um disco conceitual, e nele há suas esquisitices (no bom sentido) como “The Prisioner”, “Ideas as Opiates” e “Memories Fade”. São pequenas obras primas como o gran finale "Start of The Breaking Down", grande canção com ótima linha de baixo e uma bateria monumental!

The Hurting foi lançado em março de 1983, chegou ao número 1 nas paradas inglesas, mas nos EUA o sucesso foi menor.
--------------
Quase tudo do The Hurting que achei no You Tube é com a banda ao vivo, é muito bom também, mas sugiro escutar o disco para entender o primor da produção.

The Hurting


Ideias as Opinates


Suffer the Children


Watch Me Bleed


Change


Start of the Breakdown

2 de junho de 2011

Série O Resgate da Memória: 21 - Desventuras do Rock Paulistano (Parte 2 de 2)

Após a confusão causada pela reportagem de Pepe Escobar (com "ajuda" de Guilherme Isnard), o jornal Folha de São Paulo achou por bem procurar uma solução amigável para tamanho desentendimento. Dois dias depois da matéria "Desventuras do Rock Paulistano", a Folha voltou a dar destaque aos acontecimentos gerados pelo texto do jornalista. No fim das contas todo mundo sabe quem ficou para história e quem sumiu dela.



Rock Paulista Gera Polêmica e Futuro Debate na Folha

Folha de São Paulo
30 – outubro – 1984 (terça-feira)
Ilustrada

Reportagem local

Representantes de doze bandas de rock – entre elas “Garotas do Centro”, “Voluntários da Pátria”, “Ira”, “Inocentes” e “Metrópolis” – estiveram na redação da “FOLHA”, no final da tarde de ontem (29/10/1984), com o objetivo de manifestar seu desagrado aos artigos do jornalista Pepe Escobar na “Ilustrada”. Motivados pelo texto “Desventuras do rock paulistano” (Ilustrada, 28.10.84), solicitaram uma discussão mais ampla da questão, com a presença do jornalista, suspensa (sic), entretanto, devido a momentânea exaltação dos queixosos. Ânimo exaltado, o vocalista do “Ira”, Marcos Valadão (o ‘Nazi’), tentou partir para a agressão física, contida pelos seus companheiros. Assim que começou o tumulto, agentes de segurança do jornal se aproximaram mas não foi necessária sua intervenção.

Os artistas sentem-se atingidos em sua profissão, considerando que Pepe Escobar “não se interessa em entrevistar e ver de perto o trabalho das bandas, escrevendo de ‘orelhada’ e incitando fofocas no meio, conforme disse Miguel Barella, da “Voluntários da Pátria”. Por isso, enquanto profissionais, “viemos em conjunto desautorizar o Pepe Escobar a escrever sobre elas. Não estamos contra a Folha e sim contra um crítico incompetente”, sintetizou Marcos Mocef, produtor da Mundo Moderno, responsável pelo projeto (em andamento) de apresentação dos grupos no bar “Val Improviso”.

Convidados a colocarem suas reclamações com tranqüilidade, um grupo de sete pessoas (das bandas “Mercenárias”, “25 Segundos Depois”, “Smack” e “Voluntários da Pátria”, e do Mundo Moderno) esclareceu que o descontentamento, quanto às críticas, vem da postura do jornalista: “Ele louva as bandas estrangeiras, independentes como nós, e impede que a semente brasileira cresça. Se Pepe é crítico de rock estrangeiro deve se limitar a isso; ou então que vá conhecer o trabalho desenvolvido aqui para depois falar”, disse Miguel. Segundo Neusa Vidolini, da “25 Segundos Depois”, o jornal pode falar o que quiser, bem ou mal, “desde que se tenha conhecimento de causa. Senão o conjunto das pessoas  focadas desautorizam o trabalho, mesmo que a Folha continue apoiando essa pessoa”.

Ainda segundo esses representantes, Pepe agiu mal quando utilizou trechos da carta do vocalista do “Zero”, Guilherme Isnard (onde discutia a mecânica de programação do rock na cidade) no texto publicado no domingo último. “Ele quis incitar polêmica e fofoca no meio”, disse Miguel. O crítico afirmou que simplesmente tomou parte do texto enviado à Folha para denunciar “um estados de coisas”. Quanto às denúncias afirmou já ter ouvido a maioria das bandas ao vivo, constatando que a maioria, musicalmente, é muito ruim.

“Já citei uma série de grupos, que inclusive não vieram aqui Magazine, Ultraje à Rigor, Voluntários da Pátria, Zero, RPM, todos paulistas, em vários textos. Quando a produção é boa, sai publicado. O critério é óbvio. Mas se o trabalho é primitivo, isso tem que ser levado a público. Esse episódio é lamentável: fruto da posição fechada de um grupo que não aceita crítica e parte para agressão, ao invés de argumentar. Nos países civilizados, a imprensa não precisa andar armada para se defender dos criticados. Aqui pelo visto ainda impera a dialética do ??? (palavra apagada no texto original). Quanto a sugestão de que “escrevesse apenas sobre rock inglês”, disse que não exerce na “Ilustrada” a função de crítico de rock brasileiro e sim escreve sobre vários assuntos.

Atendendo a ansiedade dos músicos, a Folha se dispôs a organizar (em data  a ser marcada nos próximos dias) um debate em seu auditório, ao qual compareceriam tanto representantes das bandas, quanto críticos e especialistas convidados, público, e também o jornalista Pepe Escobar. O assunto deverá ser a produção musical do gênero, suas dificuldades e o papel da crítica. Pepe acha essa decisão algo positiva. “Quero discutir a competência artística, e não a paranóia de membros dos grupos”.