8 de outubro de 2010

Série Anos 1990 SP: 7 - Imagens (1)

Não sei se em algum texto dessa série havia falado, mas durante uns quatro anos, de 1992 até 1996, em todo lugar que eu ia, levava minha câmera VHS. Gravava tudo: ensaios, shows, festas, churrascos, festivais, viagens, almoço de família.

Infelizmente alguma coisa se perdeu, e tinham gravações que eu fiz para os amigos e entregava a fita no final da gravação, sem fazer cópia pra mim. Gastão e Johnny ficaram com um bom material do Rip Monsters e outras bandas (e baladas). Esse material também já era. Aliás descuido meu foi perder dois shows incríveis: o primeiro aconteceu em frente ao Teatro Tuca (eu morava em frente ao Tuca). Foi o show de lançamento (acho) do disco solo de Edgard Scandurra, Amigos Invisíveis. Era 1989. Lembro que na banda dele a baterista era a Biba (ex-De Falla). Abriu para o Edgard a banda 3 Hombres. Eu tinha isso. O outro show que perdi foi do Killing Chainsaw no bar The Wall em Piracicaba. Um show de cair o queixo. Esqueci a fita lá e puf!, sumiu.

Mesmo com as perdas tenho muita coisa e tirei fotos de diversos frames desses videos. Tenho planos mirabolantes para esse material. Tentei segurar, mas a mão coçou e resolvi publicar. Tem muito mais e aos poucos postarei. Todas essas imagens são 100% exclusivas. Aliás, acredite se quiser, são imagens que não existem em lugar algum. A revista Noize (nº 37 set/2010) publicou duas dessas fotos minhas (Miranda e RDP no Aeroanta).


1 - Essa é a prova do crime. Nessa época, a camera VHS era a melhor forma de se fazer videos caseiros. Também existia a Hi8, mas era cara e não agradou ninguém. A primeira vez que vi uma câmera digital caseira foi com Bob (ex-Rodox) em 1996. Profissional em paraquedismo ele filmava saltos, e nessa época nem as fitas eram vendidas no Brasil.  



2 - 1994. Quando o Banguela surgiu e iniciou suas atividades, o QG ficava no estúdio Be Bop, no bairro de Pinheiros, ao lado da Av. Pedroso de Moraes e da livraria Fnac. Ficava perto da minha casa e da MTV. Passei a frequentar o estúdio quando o Raimundos entrou para gravar o 1º álbum. Quando eu estava de bobeira, sempre ia lá. Lembro quando o Little Quail e Miranda colocaram, acho que 200 pessoas no estúdio A para fazer coro em "1, 2, 3, 4". Eu filmei com a câmera de Gabriel (Fejão estava lá).
Nessa foto Miranda está mixando a coletânea A Vez do Brasil com Pit Bulls on Crack, Graforréia Xilarmônica, Rip Monsters e Little Quail.



3 - Uma folga. Jantar na cozinha do Be Bop. Miranda trabalhava pra caceta e ainda tinha que aguentar todo aquele povo chato que frequentava o estúdio (incluindo eu... jeje).



4 - Der Temple. Visão do palco. No fundo à direita ficavam os banheiros (atrás da parede prateada), à esquerda você ia para a pista de dança (Nirvana, Stooges, Pixies, Ramones, Jane's Addiction pra baixo). Bem a esquerda, e fora da foto, ficava o bar. Nessa época eu morava a poucos quarteirões do Der Temple. Vivia lá.



5 - 1993. Essa jam aconteceu depois de um show do Rip Monsters. Um monte de gente tocou, mas quem mais ficou foi Kuaker (Yo Ho Delic), Johnny Monster (Rip) e todo Viper. Jam clichê, clássica, com todo mundo doidão tocando 'Smoke on the Water", "Sex and Violence"... Lembro do show do Kangurus in Tilt bem na hora do jogo do São Paulo no campeonato mundial (Rai, Cafú, Telê e cia). Colocaram uma tv em cima do balcão do bar e todos, banda e público, ficavam assistindo o jogo. Foi engraçado. Teve a festa de casamento de João Gordo e Alê Briganti (ex-Pin Ups), a festa com Kurt Cobain e Courtney Love (essa eu não estava). Ah! E teve o show do Pavilhão 9. A banda ficou mascarada dentro de um carro estacionado na frente do Der Temple e só saiu dele na hora do show.



6 - Gastão Moreira e Yves Passarell tocando sei lá o quê. Teve uma outra vez memorável que foi o show do De Falla. Na mesma noite a banda tocou no Espaço Retrô e depois no Der Temple. Operação de guerra. Uma casa ficava perto da outra, e no final do show no Retrô amigos, banda e equipamentos se dividiram em vários carros e todos juntos fomos para o Der Temple, estacionamos, carregamos equipamento, montaram o palco e o show rolou. Muito bom.  Foi na época em que Edu K estava com aquele moicano de lã rosa colado na cabeça (perto da participação do De Falla no Hollywood Rock 1992).




7 - Público aguardando o início do show do Okotô no Garage (talvez 1994). O lugar era um galpão, que foi dividido no meio pelo palco que tinha uns 2 metros de altura. A parte da frente era ambiente único (esse da foto), que tinha a entrada e saída, o bar e os banheiros. Atrás do palco era o "camarim", mas que não tinha nada, era apenas o resto do galpão, um lugar aberto. Não havia sala ou divisórias, apenas duas ou três mesas de ferro (tipo boteco) e algumas cadeiras.



9 - Eu e Mogs no camarim do SESC Pompéia. Era 1992 e estava rolando um festival de metal organizado pela revista Dynamo. Nesse dia tocaram Rip Monsters e Volkana. Era um momento "a-rebelde-arte-abstrata-cabeça-filosófica-que-nada-significa", comigo jogando água no espelho (tem uma sequencia de fotos).

 


10 - 1993. Teatro Mars. Lançamento da coletânea A Vez do Brasil, da 89 FM. Cada banda tocava três músicas e era transmissão ao vivo na rádio. Tatola e Massari eram os apresentadores. Nessa foto Graforréia Xilarmônica.



11 - 1993. Piracicaba é minha terra natal. Há anos não vou lá, mas tenho muitos amigos na cidade, e costumava fugir de SP para passar finais de semana em Pira. Nessa foto o Happy Cow (Piracicaba) toca ao vivo no bar Hitchcock (Santa Bárbara D'Oeste). Esse bar era de César Maluf que tocava no Concreteness (ficava na garagem da casa dele). Piracicaba e Santa Bárbara são vizinhas, quase coladas.

 


12 - Nessa foto o Kleiderman toca ao vivo no Olympia num show promovido pela 89 FM. Também tocaram Rip Monsters, Inocentes, Ira! e mais um monte de banda. Não lembro o ano. 1994 ou 1995.....

 


13 - 1994. Little Quail ao vivo no Garage.



14 - Durante esses anos dos 1990 nunca vi um show do Little Quail em que a banda tocasse "1, 2, 3, 4" sozinha no palco. Sempre tinha centenas de pessoas fazendo coro. Aí está Zé Ovo e André Fonseca (Okotô) no Garage em 1994.


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