25 de dezembro de 2009

A Volta do Vinil?

Semana que passou a Deck Discos anunciou a compra da única fábrica de vinil do Brasil que fica no Rio de Janeiro. Com ela, vai lançar em vinil uma porção de artistas de seu casting. Bem legal.

João Gordo e Lobão são dois artistas que defendem a volta do vinil. É justo. Agora não me venham ligar essa volta com o fim da pirataria. Há quem diga que, com o vinil, a pirataria cairia vertiginosamente. Digo que a pirataria iria ficar na mesma com a volta do vinil. Isso pra mim seria apenas mais uma opção de formato. Aliás, o melhor formato, pelo produto e pela qualidade sonora.

Já disse aqui e repito: depois do surgimento do mp3 a pirataria não acabará nunca. Façam o que for. Mesmo que volte a só existir vinil, qualquer um liga a pick up no computador e pronto, as músicas estarão na rede.
O formato sim é legal. Ter a capa maior, o encarte, ficha técnica, lado A e lado B, letras maiores, detalhes mais perceptíveis, som mais grave e fiel.
Difícil será também arrumar espaço nesses apartamentos mais novos por serem bem menores que os antigos dos anos 1980 pra trás. Onde guardar vinis e pick ups?
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Volto a ressaltar a maravilha que é a tecnologia, de poder nos proporcionar exatamente essa ligação entre o vinil e o computador. Quantos e quantos discos brasileiros independentes bons existem por aí e que se não fosse um fã, eu e tantos outros jamais teríamos oportunidade de conhecer trabalhos bons e obscuros. Mas não só independentes. Há muitos discos maravilhosos que as grandes gravadoras deixam apodrecendo nos arquivos ao invés de relançarem em CD. Dizem que há perda de dinheiro, que não compensa, mas essas gravadoras não podem ter o direito de nos privar de ter gravações históricas, discos que gostamos, que marcaram uma época.

Lembro, por exemplo, que a antiga gravadora do Capital Inicial só relançou seus discos em CD para pegar o bonde do sucesso do Acústico. Se não fosse isso, até hoje não teríamos os discos do CI em CD. A própria Legião Urbana, uma das bandas de rock brasileiro que mais vendem até hoje, teve seus primeiros CDs lançados com demora, ainda assim primeiro em caixa especial (uma nota) e só depois vendidos separadamente.

Então que volte o vinil, que os fabricantes de vitrolas ganhem muito dinheiro, que as gravadoras fiquem felizes e que ninguém corte o meu barato de poder escolher em pagar ou não por música.

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