30 de dezembro de 2009

Arnaldo Baptista

Nesse 1º de janeiro de 2010 se completa 28 anos da tentativa de suicídio de Arnaldo Baptista. Em dezembro assisti ao documentário sobre ele.

A primeira vez que me deparei com o Lóki? foi exatamente em 1982, quando vi o disco na antiga loja Punk Rock, do Fábio (Olho Seco) que ficava na rua Augusta. No meio de tantos discos punks e hardcore, como Rattus, Exploited, estava lá o Lóki? destoando de tudo. A cena daquele dia lembro como se fosse hoje.

Anos mais tarde, em 1987, finalmente conheci o Lóki? – esse foi o ano que abri a cabeça para além do punk rock/pós-punk/hardcore. Led Zeppelin e Arnaldo Baptista foram as grandes descobertas desse período. Claro, fiquei maluco.

Na época eu ainda tocava e compunha muito. Ao escutar Arnaldo mudei meu jeito de escrever e pensar música.

Desde então escuto com frequência Lóki? e Elo Perdido. São mais do que clássicos. Nem sei em que patamar colocar esses dois discos.

Na faculdade (que fiz de 1992 a 1997) eu tinha uma colega de classe que vendia as camisetas pintadas pelo Arnaldo. Comprei várias, as tenho até hoje e nunca usei. Estão bem guardadas. Ela tinha alguma ligação com a mulher dele, mas não lembro qual era. Foi ela que me deu um toque de que ele iria fazer uma apresentação sem divulgação em um bar discreto que ficava ao lado do Aeroanta. Isso devia ser 1994 ou 95 e fomos até lá acho que em 5 pessoas.

Quando chegamos ele já estava tocando a primeira música. Era só ele e um teclado que, se não me engano, era um DX7. Mas Arnaldo ainda não estava muito bem, tocou apenas 3 ou 4 músicas, bem desafinado e com certa dificuldade. Era um bar pequeno desses com luz baixa e com mesas espalhadas (típico para o marido traidor levar a amante). Não havia palco. Apesar da apresentação um tanto esquisita, os poucos presentes se emocionaram e aplaudimos com satisfação. Foi demais.

Foi um momento histórico, mágico e pra poucos. Eu nem estava acreditando no que estava vendo, mas quem viu duvido que acreditaria que um dia ele iria voltar a cantar, tocar, a gravar disco e até mesmo retomar o Mutantes.

Também é bom registrar que foi em 1989 que Lobão gravou uma versão de “Sexy Sua” e Miranda lançou o Sanguinho Novo. Apesar de ter sido uma das músicas de trabalho do disco, nem “Sexy Sua” e nem o Sanguinho tiveram a devida repercussão. Arnaldo também não estava bem. Mas pelo menos viu-se que parte da classe artística não havia esquecido dele.

Viva Arnaldo Baptista e sua obra!

Um comentário:

Ernesto Ribeiro disse...

Basta ler a autobiografia de Rita Lee para constatar como Arnaldo Baptista sempre foi um dos vermes mais desprezíveis que já rastejaram sobre a terra. Infinitamente PATÉTICO, asqueroso, ridículo, invejoso, estúpido, traiçoeiro e mau-caráter. Falava as piores asneiras e absurdidades. Se desmoralizava em público no meio de tantas contradições e hipocrisias. Cometeu os atos mais abomináveis de ingratidão e mau-caratismo. Mereceu se foder.