12 de outubro de 2009

Soul Music

Jamais abandonarei o rock. Impossível. Não tenho preconceito com bandas novas, pelo contrário. Com a tecnologia, muita coisa que leio e ouço falar já baixo e escuto. Porém não sou como diversos críticos que acham que tudo o que é obscuro é legal. Sou mais seletivo. Pouca coisa eu gosto e guardo. O resto separo o que gostei e monto coletânea. Mesmo achando coisas novas legais, dá pra perceber que o cenário piorou.

Eu sempre disse aos amigos que um dia todos os acordes terão sido feitos, assim como batidas, timbres, misturas... Chegará um tempo em que tudo já terá sido feito. E esse tempo chegou. Nos anos 1990 ainda tivemos o grunge, o britpop e a brincadeira do power girl. Há tempos não há novidades ou movimentos. 

Aconteceu o electro rock, que considero limitado e já explorado nos anos 1980. E aconteceu algo bom, que foi o ressurgimento do bom e velho rock feito com formações clássicas com vocal, guitarra, baixo e bateria. Tem Strokes, Interpol, Bloc Party, The Hives, Art Brut, Franz Ferdinand, Thrills, Coral, Zutons, Jet. Recentemente também houve o aparecimento de duos como White Stripes, Mates of State, Ting Tings, entre outros. Não sei como chamar tudo isso... 

Hoje, com tanta coisa no mercado, o gosto está cada vez mais individual. Eu, por exemplo, considero De-Loused in the Comatorium e Frances De Mute (Mars Volta) The New Song and Dance (Radio 4), You Can Do Anything (Zutons) e Teenager (Thrills) já clássicos dessa década, assim como outros discos de outras novas bandas. Porém nada mais vem com a expectativa que era um novo disco do Clash, Husker Du, Dead Kennedys. A coisa piora se formos falar de Brasil.

Disse tudo isso pra falar que descobri, desde o início de 2001, a Soul Music. Claro que já conhecia algumas coisas, mas o superficial. Nunca pude ir muito a fundo nesse gênero, até porque minhas urgências eram outras.  Mas com o surgimentos desses trocadores de arquivos como o Napster, o Soulseek e outros, pude me aprofundar mais nesse gênero que sempre me chamou a atenção. Estou encantado, principalmente, das décadas de 1950 e 1960. Não sou e nem pretendo ser um expert no assunto mas conheci e adorei nomes como Al Green, Margie Joseph, Matata, Solomon Burke, Gene Redding e Minnie Riperton. Além desses, claro, há outros clássicos.

Tenho encontrado discos maravilhosos em ótimos blogs de Black Music. Soul gospel, soul jazz, soul rock, psycho soul… são muitos sub-gêneros. Todos eles tem seus nomes de destaque. Todo dia descubro algo novo e minha pastinha vai enchendo. E não é só Motown e Stax, há outras gravadoras similares e outros discos interessantes com soul instrumental e coletâneas das mais diversas.

Desde então a Soul Music passou a dividir a atenção com os bons e velhos artistas que sempre gostei. Mais até: ela é um maravilhoso respiro para meus ouvidos que já escutaram rock demais. E cada vez mais me aprofundo em sua história, tanto graças aos trocadores de arquivo, quanto a própria internet que me possibilita achar biografias, histórias, movimentos, etc.

Por exemplo, desde 1984 ouço Red Hot Chili Peppers e o grupo sempre foi fã declarado de grupos como Sly and Family Stone e Parliament Funkadelic. Hoje graças a esse tecnologia, posso ter tudo desses grupos. Eu assistia ao clipe de "Planet Rock" do Afrika Bambaataa e não conseguia encontrar nada sobre, mas hoje posso escutar não só a esse disco, mas tantos outros que fizeram a história do movimento Hip Hop e da Street Music, como Kurtis Blow e outros tantos.

E como o universo da Soul Music é riquíssimo, a cada dia descubro algo novo. Pra mim, é como se em pleno anos 2000 tivesse surgido um movimento novo. É um frescor e uma felicidade imensa a cada nome e a cada disco descoberto. Uma maravilha!

Há bandas inglesas que gosto e que são muito influenciadas pela Soul Music. Exemplo bom é The Who, The Jam e todas essas bandas consideradas Mod. Sempre gostei do repertório gospel de Elvis Presley dos anos 1970 e isso só ajudou a tomar gosto pela Soul de raiz, gospel, coral, melodia... Pra quem, como eu, está um tanto cansado do rock recomendo explorar. Antes tarde do que nunca!

Nenhum comentário: