17 de outubro de 2009

Quem Tem Pistolão?

Nunca tive pistolão. Tudo que consegui na vida foi graças ao meu esforço, meu trabalho, minha família e meus bons amigos. Nunca precisei passar a perna em ninguém e nem teria coragem de fazer isso.

Jamais peguei o lugar de alguém. Não invejo ninguém. Nunca quis, por prazer ou mal, ver a derrota de alguém (citando “Pressão Social” da Plebe). O que sempre fiz foi trabalhar e lutar por espaço através de meu trabalho. Não faço política. Não dou risada de piada sem graça só para satisfazer o ego do chefe.

Não sou perfeito, mas sou honesto. Honesto por natureza.

Sempre fui assim e devo ao meu pai. Chegamos a Brasília no início dos 1970 para ficar apenas dois anos. Meu pai era agrônomo, respeitado e trabalhador, e foi para a capital para trabalhar na Embrapa. Gostamos tanto da cidade que ficamos até 1987. Só saímos de lá exatamente porque meu pai foi, grosso modo, posto na parede: “ou se torna corrupto ou sai.” Meu pai não pensou duas vezes, saiu.

No trabalho comecei ralando. Em 1986 eu era office boy numa empresa de eventos. Em SP comecei a trabalhar em produtora de filmes publicitários, ralando, sendo o assistente do cocô do cavalo do bandido, assistente de produção faz tudo. Assim fui crescendo e fazendo minha história.

Quando cheguei a SP com 17 anos, tive que começar tudo do zero. Deixei em Brasília amigos de infância, namorada, amantes, banda... nem preciso dizer muito, pois desses meus 17 anos, 14 foram em BsB. Tudo ficou pra trás. Em SP não conhecia nada, absolutamente nada. Comecei a construir uma nova história aos 17.

De todos esses anos no mercado de trabalho (são 24 anos) nunca usei golpe baixo, foi tudo na raça, na unha. Eu me conheço bem e sei que jamais seria capaz de derrubar alguém apenas por prazer, por inveja, vingança ou insegurança. Aliás, essa é a palavra recado: insegurança. É ela que te transforma numa pessoa egocêntrica, incapaz e invejosa.

Jamais serei derrotado por ser honesto. O mal só quer o mal ao seu lado. E é por isso que o malandro uma hora dança.

Eu me pergunto: será que uma pessoa que consegue as coisas não por esforço próprio, mas sim por conta de influências e pistolão, vive com a consciência limpa? Realmente se acha competente?

Eu olho para minha esposa e filha e me sinto realizado. Eu ponho minha cabeça no travesseiro e durmo tranquilo.

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