20 de janeiro de 2009

Série Clássicos de 1986: 6 - O Futuro é Vortex

Quando chegamos ao estúdio, adoramos. Era muito grande, com um piano e uma cabine exclusiva para voz. Muitos artistas de peso haviam passado por lá, na rua Dona Veridiana. Nos trataram muito bem, disseram que podíamos fazer qualquer coisa lá dentro, e fizemos. A produção ficou a cargo do Maluly, conceituado produtor da época, muito simpático e atencioso, quefez de tudo para gravar nosso som da melhor forma possível. Lembro de uma idéia dele de gravar a minha voz em “Surfista Calhorda” no banheiro da gravadora, e gravamos. Ecos de azulejo. Inclusive no final da música eu puxei a descarga da privada. Usamos uns amplificadores Fender antigos e muito bons. Tinha uma sala cheia deles, inacreditável.

Participei da edição do disco, que na época era em fita magnética, com durex usados nas emendas.Foi uma temporada muito boa em São Paulo, gravávamos da tarde até a noite,e depois saíamos pela cidade em busca de shows e festas legais. Para a capa do disco chamamos nossa amiga Rochelle Costi, que havia feitoa capa do compacto. Hoje ela é famosa no Brasil e no mundo com seus trabalhos espetaculares. As fotos foram feitas na abóbada da Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, como se tivéssemos sito tele transportados de um outro mundo para a Terra.

O Replicantes nunca criou espectativas, mas sabíamos que se tratava de um disco clássico. Tínhamos direito a cem exemplares, e estes nós usávamos para presentear pessoas mais interessantes, que achávamos que iriam curtir e divulgá-lo mais ainda, o que sempre acontecia. Mandávamos discos para fora do Brasil, inclusive o encarte tinha as letras em português e inglês. Sempre dando muita importância para o fato de as pessoa entenderem o que estávamos falando. Até hoje quase todas as músicas deste disco continuam nos nossos shows.

Wander Wildner, ex-vocalista do Replicantes

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