6 de novembro de 2008

Livros, livros e mais livros

Quem leu o 1º post desse blog sabe que sou um leitor contumaz! Em setembro, voltando de uma gravação, passei pelo sebo que há perto de casa. Lá sempre vou primeiro para as prateleiras onde há os livros espíritas e os livros de música. Achei algumas coisas que peguei na hora:
- Gravando!, de Phil Ramone, respeitado e ultra premiado produtor de discos americano. Já gravou de Frank Sinatra a Ray Charles. Só fera.
- Metendo o Pé na Lama, de Cid Castro, que fala sobre os bastidores do Rock in Rio de 1985.
- Psicodelia Brasileira: Um Mergulho na Geração Bendita. Esse um trabalho de faculdade de três garotas estudantes da Casper Líbero. Um achado!
Não sei o motivo, mas sempre dou sorte de pegar livros pouco conhecidos, como este das meninas, que nem comercializado é.

Fui para casa feliz da vida com as três aquisições e foi difícil escolher o primeiro a ler. Peguei o Gravando! que tem a orelha escrita por Tony Bellotto do Titãs. Phil Ramone ganhou nada menos que 14 Grammy e mais uma penca de outros prêmios. Comecei a ler na maior expectativa. Logo no início percebi algo estranho e ao longo da outras páginas se confirmou minha estranheza. O cara é um egocêntrico que não conta nada de novo e nada de mais. Como é amiguinho de diversos artistas e absurdamente careta, não contou nenhuma boa história. Eu crente que iria aprender alguns macetes, ler boas histórias, dar boas risadas, me dei mal. O livro é muito ruim, o cara se coloca no pedestal o tempo inteiro e o livro só serve para quem não entende nada de música. Aí sim ele funciona um pouquinho.

O trabalho Psicodelia Brasileira foi o grande achado. As garotas discorrem sobre a geração roqueira da década de 1970. Contam a história de bandas como Módulo 1000, Som Imaginário, Ronnie Von, Ave Sangria, Liverpool e Bixo da Seda, Serguei, Spectrum e nomes do rock psicodélico de hoje como Mopho e Jupiter Maçã. Esse de fato muito bom, com informações que eu não tinha lido em qualquer outro lugar. As 222 páginas devorei em duas semanas. Um belo documento que, com uma melhor edição e organização, tem tudo para ser um ótimo livro para se vender.

Metendo o Pé na Lama foi outro que me decepcionou. Escrito pelo criador do logotipo do Rock in Rio, que na época trabalhava na equipe de criação da Artplan, empresa de Roberto Medina que criou o festival, o livro de 203 páginas é uma grande enrolação, onde pelo menos metade do livro ele fala da vida dele, de suas namoradas, da falta de dinheiro, de seu trabalho na Artplan, de suas puladas de cerca e, ah!, do Rock in Rio. O livro fica um pouco mais interessante na segunda metade, a partir do momento em que ele coloca uma lista dos 120 artistas que poderiam vir ao festival. Depois disso vale ler o 'diário' que ele fez dos dias de festival. Mas também não há nada de bastidores tipo grande história das bandas, essas coisas. Mas o mais interessante é realmente essa última parte do livro em que ele descreve o cansativo trabalho de toda a equipe da Artplan durante os dias de festival, a expectativa da empresa, vai dar certo ou não? e tudo isso, como falei, acontece apenas na segunda metade do livro. Enfim, um livro que tem 203 páginas e que poderia ter por volta de 90 (no máximo).

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