18 de abril de 2007

Futebol

Em Brasília, da década de 1970 até meados da década de 1980, o único futebol transmitido pela televisão era o carioca. Eu era flamengista, fã daquele timaço que jogou junto de 1977 até 1983. Mas fora o Flamengo gostava de outros jogadores de outros times como Falcão, Batista, Reinaldo, Éder, João Leite, Chulapa...

Como minha família inteira é Palmeiras, claro que também torcia por ele, mas o acompanhava pouco, apenas através dos gols do Fantástico, mas como o Flamengo, torcia e conhecia o time inteiro – meu time de botão era praticamente o Palmeiras.

Depois, já maior e fã de rock’n’roll, deixei o futebol um pouco de lado. Só voltei a dar mais atenção a ele quando me mudei para SP, em 1987. Até então nunca tinha ido a um estádio e isso se tornou rotina com meu pai, tio e primos.

Nessas alturas só o Palmeiras me interessava. Não era assíduo, mas pelo menos duas vezes por mês assistia jogos no Palestra Itália, Pacaembu e Morumbi.

Logo que cheguei fiquei espantado e aterrorizado com o noticiário local (SP TV) que cobriu uma tremenda briga entre corintianos e palmeirenses. Quebra pau na rua, nos ônibus e até no metrô.

Os anos foram passando e minha freqüência nos estádios foi diminuindo. O interesse pelo futebol foi ficando restrita ao que passava na televisão. Até chegar a maldita Copa João Havelange, em 2000 (ou 1999?). Só sei que depois disso nunca mais assisti a um jogo no estádio.

A má organização dos cartolas e da CBF me afastou e hoje acompanho tudo pela TV e não dou um centavo sequer para o futebol. É ruim para comprar ingresso, é ruim para entrar no estádio. Tudo é caro, banheiros são nojentos e você é tratado como vira-lata pela organização e policiais. Tô fora, claro! Não sou besta!

Os cartolas são corruptos, a CBF só olha para seu próprio bolso e a FPF é um antro. O que aconteceu na final da Copa J. Havelange foi uma coisa ridícula. Num país descente o Vasco jamais seria campeão e Eurico Miranda já estaria na cadeia há décadas.

Veja só a relação do Corinthians com seus parceiros, atualmente a MSI. Como pode, depois dessas parcerias, o time estar afundado em dívidas? E o Palmeiras, Flamengo, Vasco...? Uma desgraça só!

A polícia não se organiza, as federações não se organizam, a CBF caga e anda pra tudo (nem a seleção joga mais no Brasil! Pode?).

A política e interesses pessoais dos times e seleção estão acima do interesse do próprio time e suas torcidas (aqui não me refiro as organizadas). Não consigo entender como pode alguém colaborar com toda essa sujeira e ainda se dar ao luxo de ir aos estádios. Jogo as 21h45 da noite??? Isso não pode!

Hoje continuo a acompanhar o futebol pela TV (como já disse), assistindo aos jogos e programas, mas não compro per pay view, não compro uniforme e torço friamente. Se meu time ganhou, pois muito bem, fez sua obrigação e se perdeu azar do time, jogadores e cartolas. Se o time perde ou ganha, eu não recebo nada por isso.

Quando o Palmeiras perdeu a chance de ser campeão mundial, em 1999, dias depois vi o lateral Júnior (hoje no São Paulo) tomando uma cervejinha com amigos aqui na padaria da esquina. Pô, se o cara tá na boa na vitória ou derrota, porque eu vou perder meu sono?

E a seleção? Perdeu a Copa do ano passado tendo o melhor time do torneio e já no dia seguinte da derrota os jogadores estavam se divertindo em festas e casas noturnas.

Repito, continuo gostando, acompanho, torço, mas agora não mais como um torcedor cego e sim mais como um jornalista que torce para um bom futebol, uma boa partida e me encanto com um time bem montado, afinal, durante os 90 minutos de uma partida a emoção continua a mesma. E só.

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